Jovem promove rifa solidária para custear cirurgia de reconstrução óssea
A camaquense Michele Janke sofreu um acidente de moto em 2021 e necessita da cirurgia no valor de R$ 75 mil
Michele faz campanha para angariar 75 mil reais para sua operação. Foto: Divulgação
Por Marisa Campos / Em Pauta
A jovem estudante de Direito, Michele Janke, criou uma rifa solidária para poder custear sua cirurgia de reconstrução óssea no tornozelo. A lesão aconteceu devido a um acidente de moto, sofrido em 2021. O valor total que precisa para o procedimento e o pós-operatório é de 75 mil reais.
Cada número da rifa custa R$ 50,00 e o prêmio será o seu próprio carro, um Ford Focus 2013. Para adquirir um número é preciso entrar em contato com a camaquense através do WhatsApp (51) 99830-0169, e quando todos os números forem vendidos o sorteio será realizado pela plataforma sorteador.com.
Prêmio da rifa solidária é um automóvel Ford Focus 2013. Foto: Divulgação
O acidente
Em 20 de agosto de 2021, Michele acabou perdendo o controle da sua moto em uma ladeira, bateu em algumas pedras e logo caiu. Por causa dessa queda, ela sofreu uma fratura exposta no tornozelo e também fraturou a tíbia e a fíbula. No mesmo dia, a estudante passou por uma cirurgia, na qual foi posicionada uma placa e sete parafusos no osso.
Ao longo dos meses a sua recuperação foi tranquila, realizando sessões de fisioterapias e atividades físicas leves com algumas limitações. Porém, no final de dezembro começou a sentir dores na perna novamente, foi para a UPA e realizou um tratamento de 10 dias com antibióticos.
Logo após esse tratamento, em uma consulta realizada em janeiro de 2022, um exame de raio-x mostrou que um dos parafusos havia se movido e a partir disso, Michele ficou mais 5 meses utilizando uma bota ortopédica e caminhando com o apoio de muletas para que não precisasse realizar novo procedimento cirúrgico.
Raio-X que mostra o parafuso deslocado. Foto: Arquivo Pessoal
A partir disso, em janeiro começou uma nova saga. Já em agosto de 2022, com novos exames, foi constatado um caso de Pseudartrose e o médico informou que ela precisaria de uma nova cirurgia para remover a placa por uma haste intramedular. A cirurgia foi realizada em dezembro, assim como novas sessões de fisioterapia e pilates. Porém, mesmo após 7 meses de pós-operatório, Michele ainda sentia um desconforto ao caminhar e inchaço na perna.
O diagnóstico final
Por conta disso, em julho de 2023, um novo raio-x mostrou que o parafuso inferior da haste estava curvado, o médico em Camaquã disse que poderia estar quebrado, mas não tinha certeza. Então, Michele consultou com um especialista em Porto Alegre e foi encaminhada para outro especialista, dessa vez, em reconstrução óssea. Com uma tomografia foi constatado que a haste havia descido e estava quase atingindo a articulação do tornozelo, podendo assim machucar a cartilagem, sendo necessária uma cirurgia para a remoção dessa haste, também para a recuperação da tíbia e um procedimento de alongamento ósseo.
A cirurgia precisará ser realizada de forma particular, pois no SUS não há médicos especializados na área que realizam esse tipo de procedimento. Também houve uma tentativa em via judicial, através da Defensoria Pública e de uma advogada, contudo, ambas relataram que há muita demora, mesmo o processo sendo em tutela de urgência.
Por isso, Michele, junto com seus pais e amigos, decidiram criar a rifa solidária para conseguir realizar a cirurgia o mais rápido possível e já conseguiram vender um terço dos números sorteados. Atualmente ela segue caminhando com auxílio de muletas, mas sem muito esforço físico e com limitações.
