H1N1: saiba mais sobre a gripe A que avança no RS
Por: Anahí Silveira e Letícia Pinto
No dia 25 de abril, em todo o Rio Grande do Sul, terá início a campanha de vacinação na rede pública de saúde contra a gripe H1N1 – conhecida também como gripe A.
No dia 1º de abril foram notificadas as duas primeiras mortes por gripe A no ano de 2016 no Estado. Até então, nenhum óbito relacionado ao H1N1 tinha sido registrado. Na semana passada, mais dois óbitos foram divulgados. As quatro mortes são de pacientes que pertenciam ao grupo de risco – ao longo da reportagem faremos mais esclarecimentos sobre essa definição -, e que não tomaram a dose da vacina em 2015.
Ao todo, já são nove pessoas diagnosticadas com gripe A no RS: uma em Porto Alegre, duas em Viamão, e duas em Canoas, além dos óbitos. Estão sendo investigados 152 casos suspeitos.
Mas afinal de contas, o que é a gripe A?
Confundir os sintomas da gripe A com os de um simples resfriado pode ser muito fácil. No entanto, os presságios dessa gripe costumam ser mais fortes – e, normalmente, respiratórios -, como dores musculares, febre alta, dificuldade para respirar e cansaço. Nessas condições, o paciente deve procurar um médico em até 24 horas.
O contágio da gripe acontece por meio de espirros, tosse e contato direto com pessoas ou locais e objetos contaminados. Infelizmente, hábitos comuns podem se tornar situações de risco, dependendo de outros fatores relacionados à disseminação do vírus. Algumas práticas já conhecidas da população no que se refere à higiene de prevenção seguem sendo recomendadas, como, por exemplo, a lavagem de mãos com frequência e a fuga dos lugares fechados.
Em outras épocas você já deve ter ouvido falar do medicamento Tamiflu. Ele é um antiviral que deve ser administrado nas primeiras 48 horas a partir do surgimento dos sintomas. É possível obter o remédio a partir de uma prescrição médica apresentada no sistema público de saúde ou nas farmácias.
Ao longo da matéria falamos sobre o tratamento, mas é preciso compreender as causas. A gripe A é causada pelo vírus influenza. No atual momento, os tipos mais preocupantes são o influenza A (H1N1 e H3N2) e o influenza B. Contra os outros tipos de vírus não há proteção a ser tomada.
A dose da vacina contra a gripe A começa a fazer efeito cerca de 15 dias após a aplicação e aqueles que tomaram a vacina em 2015 precisam vacinar-se novamente neste ano, até porque no período de um ano muitos anticorpos já foram perdidos. Há ainda contraindicação da vacina que talvez muitos desconheçam: pessoas alérgicas à proteína do ovo não devem tomá-la.
Eu preciso tomar a vacina?
Devem se vacinar idosos, crianças de seis meses a cinco anos, gestantes, mulheres no período de 45 dias pós-parto, pessoas com doenças crônicas (respiratórias, cardíacas, renais, hepáticas, neurológicas), obesidade, diabetes, asma, hipertensão e HIV, pacientes com câncer e transplantados, profissionais da área de saúde, indígenas, detentos e funcionários do sistema carcerário. Todos estes integram o chamado grupo de risco e podem tomar a vacina de forma gratuita na rede pública. Os demais devem procurar as clínicas de redes particulares.
O acesso à vacina em Pelotas ainda tem prazos incertos. “Na cidade, ainda não há previsão de quando serão recebidas as doses da vacina. A Prefeitura irá se pronunciar e comunicar toda população, mas deverá acontecer assim que [a vacina] já tiver disponível”, relata Caroline Vargas Rosa, enfermeira do trabalho na Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Pelotas.
Gestantes
Desde o início do ano, as gestantes tiveram contato direto com temas até então pouco falados, mas que espalharam-se pelo país: o zika vírus e a microcefalia. Com a proximidade do inverno e o surto antecipado de H1N1, a prevenção deve estar em pauta dentre as mulheres que estão à espera de seus bebês.
Em meio à preocupação geral sobre a gripe A no Estado, muito devido às divulgações dos óbitos de pacientes, o foco deve estar nos métodos de prevenção.
A diagramadora Fernanda Prietsch, de 33 anos, está grávida de 25 semanas e conta que procura evitar aglomerações, tomando a medida como base preventiva. “Tento não usar transporte coletivo e ir à lugares fechados. Evito também contato com pessoas que não estejam saudáveis e sempre que possível lavo as mãos, principalmente quando estou em locais públicos”, diz. Ou seja, colocam-se em prática os velhos métodos que nunca ficam, de fato, velhos.
A gestante conta que este ano não será a primeira vez em que tomará a vacina imunizante. Em outra circunstância, quando não fazia parte do grupo de risco, vacinou-se durante uma campanha que, segundo ela, aconteceu nos mesmos moldes de “surto” como a de 2016. Mesmo buscando fontes confiáveis para ficar por dentro do assunto, e procurando “ficar atenta às novas reportagens sobre a gripe, principalmente quando aparecem prováveis casos no Estado”, Fernanda avalia que as orientações a respeito da H1N1 poderiam ser mais amplas e as vacinas gratuitas direcionadas não somente aos grupos de risco, mas à população em geral.