Fotografias em Fine Art expõe o olhar sobre Pelotas e suas margens

Por Nathianni Gomes     

A Exposição Itinerante de Fotografia Analógica RUMO trouxe uma percepção nova sobre as margens da cidade e seus interiores. As fotografias em Fine Art, através da visão de cada fotógrafa envolvida no projeto, deram visibilidade ao cotidiano, a pessoas reais, ao lado afetivo da cidade e ao contraste social que vivenciamos diariamente. Andressa Santos, Camila Albrecht e Gabriela Cunha colocam nesta exposição suas percepções sobre essas questões e as trazem ao público pelotense.

Pelotenses em visita à exposição. Imagem: Nathianni Gomes

A ideia de Gabriela, de 21 anos, fotógrafa, escritora e estudante de artes visuais, era de fotografar a cidade em analógico. Com o grupo formado, surgiu a ideia de descentralizar e explorar o interior exterior de Pelotas. O projeto de fotografia apoiado pela Secretaria de Cultura de Pelotas (Secult), através do Edital de Apoio a Eventos, foi inaugurado na sexta-feira (6). Composta de imagens diversas e cartazes lambe-lambe, trazem à tona a realidade da cidade. Ela, que fez a curadoria das fotografias, explica que cada painel da exposição desperta uma visão diferente sobre essa realidade. Eles foram divididos com uma narrativa, de acordo com a visão de cada fotógrafa, de abandono da cidade, de contraste social, além da colônia de Pelotas, da cidade crua, e de afeto e mudança dos tempos. “O segundo painel traz a colônia da cidade, para trazer as margens, é sobre a ideia de que estamos indo para o interior, mas na verdade, é o exterior”, pontua.

O grupo, além das três fotógrafas, é integrado por Takeo Ito, responsável pelo vídeo, Gustavo Cunha, pelo áudio, Guile Farias, design e Ellen Souza e Leandro Pereira, responsáveis pelas áudio-descrições. Eles percorreram mais de 30 bairros em dois meses de captação de imagens, totalizando 400 fotos. Algumas foram selecionadas e separadas para serem expostas nesta ocasião.  “Nós fomos de bicicleta, a pé ou de ônibus até os locais”, conta Gabriela. A exposição conta com as áudio-descrições das fotografias, separadas por painel e disponíveis no local em três aparelhos MP3. Elas foram feitas por Leandro, que é cego, e Ellen – ambos estudantes de museologia.

Algumas das fotografias expostas. Imagem: Nathianni Gomes

O projeto ainda conta com oficinas e rodas de conversa nos bairros, totalizando um itinerário de cinco locais, contando com a exposição principal. Serão atividades diversas, de saída fotográfica na escola Santa Rita (Três Vendas), oficina de fotografia analógica na Colônia Z3, mediação e descrição de fotografias na Escola Louis Braille e uma conversa sobre produção cultural. As fotografias captadas nas oficinas serão disponibilizadas através de lambe-lambe e nas redes sociais da RUMO. A divulgação para as oficinas serão feitas através das redes sociais, e ocorrerão junto à exposição, de 6 de setembro a 9 de outubro. 

Gabriela e Gustavo Cunha, de 26 anos, músico e compositor, contam que as fotografias feitas com este projeto podem durar até 100 anos, com bom armazenamento. O apoio da Secretaria de Cultura foi importante para a compra de bons filmes e impressões fiéis, que passaram por empresas de Curitiba e Porto Alegre para, enfim, serem expostas na Secult. Durante a captação de imagens, os integrantes da RUMO conheceram histórias que os uniram à fotografia. “Conhecemos uma pessoa, esposa de um fotografado, que nos contou que tinha muita vontade de sair na rua fotografando pessoas, arquitetura, tudo o que chamava a atenção dela. E era bem esse o objetivo do projeto”, contam.  

Todas as fotos que aparecem na exposição não serão vendidas. Além disso, foram entregues cópias para os fotografados, que ficaram animados quando souberam do que se tratava. Segundo Gabriela, a abordagem foi bem simples. “Perguntamos às pessoas se elas gostariam de tirar uma foto, falamos um pouco do projeto, que iria ir para uma exposição, e se elas aceitavam. Algumas pessoas ficaram super felizes, porque iriam participar de uma exposição”, lembra.

A exposição ficará na Secult dos dias 6 de setembro a 9 de outubro, com exposição das 9h às 18h30, de segunda a sexta, na sala Inah D’avila Costa. A secretaria fica na Praça Coronel Pedro Osório, 2, ao lado do Museu do Doce. Para saber mais informações, pode-se fazer contato através de https://www.facebook.com/rumofotoanalog/ ou www.instagram.com/rumo.fotoanalog.

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