Eleições 2022: Câmara dos deputados
Por Douglas Rafael Duarte
Bolsonaro impactou na composição da bancada gaúcha
Marcel Van Haten, do partido NOVO, foi o candidato a deputado federal mais votado no Rio Grande do Sul em 2018. Na esteira do antipetismo o ex-deputado estadual conquistou impressionantes 349.855 votos (5,99% dos votos válidos). Logo atrás vieram outros dois parlamentares com forte ligação ao fenômeno do Bolsonarismo: Onyx Lorenzoni (DEM) e Giovani Cherini (PR).
Ainda assim, o PT garantiu a maior parcela da bancada gaúcha, tendo conquistado 5 das 31 cadeiras do Estado na Câmara Federal. Em seguida, vieram o MDB e o PP, com 4 deputados cada. Na sequência aparecem o PDT e o PSL, com 3 vagas. O PSB, o PSDB e o PTB elegeram 2 parlamentares. E com apenas um deputado cada fecham a bancada o DEM, o NOVO, o PSOL, o PR, o PRB e o PSD.
Quadro Geral
Apenas três mulheres foram eleitas deputadas no estado em 2018: Fernanda Melchiona do PSOL, Liziane Bayer do PSB e Maria do Rosário (reeleita) do PT. O número ridiculamente pequeno, ainda assim, representa um avanço em relação ao ano de 2014, quando apenas a petista conquistou uma cadeira. Este avanço repetiu-se também no restante do país. A quantidade de mandatos femininos na Câmara passou de 55 em 2014 para 77 em 2018. O número, no entanto, ainda representa apenas 15% do total.
Apenas o Rio Grande do Sul e o Rio Grande do Norte não elegeram deputados federais autodeclarados pretos ou pardos. A composição da Câmara permaneceu majoritariamente branca (75%), mas diferentemente de RS e RN, o Brasil registrou uma ampliação na representação de negros em relação a 2014. O número de deputados autodeclarados pardos aumentou de 81 para 104, enquanto o número de pretos permaneceu em 21. Roraima ainda elegeu Joenia Wapichana (Rede Sustentabilidade), a primeira mulher indígena deputada federal.
2018 registrou ainda um aumento de quase 386% de candidaturas de pessoas LGBTQI+ em comparação com as eleições de 2014. A ampliação na representação, no entanto, não atingiu a Câmara com a mesma intensidade. Jean Wyllys (PSOL-RJ), até então único deputado federal assumidamente homossexual conquistou sua reeleição (e logo depois renunciou alegando ameaças contra sua vida) e passou a ter a companhia de apenas mais um parlamentar LGBTIA+: Marcelo Calero (PPS-DF).
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