Data do Brexit se aproxima sem acordo no Parlamento Britânico

Proposta apresentada pela Primeira Ministra foi rejeitada pela terceira vez em 2019. Foto: Jasper Juinen- Bloomberg/Reprodução

Por Danieli Schiavon

O processo de saída do Reino Unido da União Europeia foi iniciado ainda em 2016, no governo do Primeiro Ministro, David Cameron. Em um referendo realizado em junho daquele ano, 51,9% da população votante decidiu pela saída do país do bloco econômico.

Desde 1973, quando ingressou na Comunidade Econômica Europeia (atual União Europeia) o Reino Unido sempre foi resistente às políticas do Parlamento Europeu.  Considerado um país membro complicado, faz parte do Mercado único de livre circulação de bens e pessoas, porém optou por não fazer parte da Zona do Euro e continua usando a Libra Esterlina como moeda oficial.

Em 1975, o Reino Unido ameaçou deixar o bloco pela primeira vez, porém a população votou pela permanência na época. Na segunda oportunidade de deixar a União Europeia, três anos atrás, a população acabou votando pela mudança.

Desde então se iniciaram as discussões a respeito dos termos de saída, período de transição e acordos que serão realizados entre as partes para garantir que o processo transcorra em clima de amenidade.

Em 24 de novembro de 2018, os 27 países que compõem a União Europeia concordaram com os termos de saída previamente elaborados pela Grã-Bretanha, mas atualmente, a Primeira Ministra, Theresa May, tem encontrado resistência do Parlamento para aprovar o acordo.

May já sofreu três derrotas entre os aliados em 2019. Nos dias 15 de janeiro, 12 de março e 29 de março, os planos apresentados pela Ministra ao Parlamento foram rechaçados. Na ultima votação, o acordo foi reprovado por 344 votos a 286.

A possibilidade de um Brexit sem acordo é viável, porém poderia causar conseqüências prejudiciais – principalmente ao Reino Unido. No dia seguinte ao referendo de 2016, a Libra Esterlina registrou forte queda, assim como a Bolsa e o Mercado Imobiliário, o que deve ser considerado como uma potencial lesão econômica para a nação.

Outra questão ainda não definida é a permanência de cidadãos do Reino Unido em países da União Europeia. A expectativa é de que os que tiverem residência estabelecida até o dia 29 de março de 2019 não serão afetados. Futuramente, não há garantia de que haja livre circulação entre as fronteiras, como funciona atualmente.

As consequências do Brexit para a União Europeia serão, principalmente, a interrupção da contribuição monetária do Reino Unido e a renegociação dos tratados comerciais e também o medo de que o Brexit inspire outros países do bloco a fazer o mesmo.

No dia 12 de abril se encerra o prazo para negociações, isso significa que o Parlamento Britânico tem menos de duas semanas para definir as condições da saída da União Europeia. As opções seriam sair da UE sem acordo ou ampliar mais uma vez o prazo de saída.

 

Comentários

comments

Você pode gostar...