“Caso Petros” gera polêmica no futebol brasileiro
Por Mateus Bunde
O Corinthians, e Petros, foram absolvidos de forma unânime no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), nesta segunda-feira (27). O Tribunal é sempre pauta em diversos veículos de comunicação esportiva por suas decisões “inexplicáveis” (como caracterizam alguns periódicos). As condenações sempre geram debates e, no Caso Petros, não foi diferente.
Clubes como Grêmio e Internacional se posicionaram, juntos, contrários ao julgamento do jogador do Corinthians. Após votação na manhã de segunda-feira, Petros foi absolvido, e, além de revolta dos clubes que entraram com recurso contra o Corinthians, o caso rendeu piadas, revoltas e comparações.
Entenda o “Caso Petros”
O Corinthians foi denunciado no artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportista (CBJD), que trata da escalação de jogadores irregulares em partidas válidas por torneios organizados pela CBF e seus afiliados. Caso fosse declarado culpado, perderia quatro pontos – 3 pontos de punição, mais 1 ponto do jogo que terminou empatado. A constituição de justiça desportiva ainda previa multa entre R$ 100 a R$ 100 mil reais tanto para Corinthians, como para FPF (Federação Paulista de Futebol), como para CBF (Confederação Brasileira de Futebol), ambas envolvidas no caso.
A principal testemunha do clube paulista foi Agenildo Bezerra Lima, jurídico do clube, responsável pela regulamentação dos atletas. Segundo Agenildo, o jogador apareceu no BID (Boletim Informativo Diário) e poderia, sim, atuar pelo Corinthians no final de semana, e ainda afirmou que o erro viria da FPF ou da CBF no dia do registro. “Esse contrato foi gerado, nós mandamos para FPF e acompanhamos pelo BID a regularização. Foi protocolado na Federação, fica a cargo dela dar condições ao jogador ou não. Apareceu no BID, como consta, então a responsabilidade é toda dela”, afirmou, convicto, Agenildo.
O advogado da FPF afirmou que nenhum erro foi cometido pelo clube. Sustentou também que a validação junto a CBF. Houve, porém, confusão feita por uma funcionária no momento da validação do registro do meia corinthiano. Tese, esta, sustentada pelo futuro presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.
O Caso Portuguesa em 2013 e as comparações
Em 2013, a Portuguesa foi indiciada pelo mesmo artigo e, devido a perda de 4 pontos (3 pontos pela punição e 1 ponto pelo empate no jogo contra o Grêmio), acabou rebaixada de divisão no Campeonato Brasileiro do ano passado. O meio-campista Hérveton foi expulso no jogo da 36ª rodada, na derrota para o Bahia por 1 a 0, fora de casa. Segundo a regra, o jogador cumpriria suspensão automática na 37ª rodada e poderia atuar na última partida do campeonato, quando a Portuguesa enfrentaria o Grêmio, no Estádio do Canindé.
Porém, no dia 6 de dezembro (dois dias antes do jogo), Héverton foi julgado pela expulsão no jogo da 36ª rodada e pegou dois jogos de gancho, tendo de ficar de fora dos dois últimos jogos do Campeonato Brasileiro. O jogador entrou por apenas 13 minutos no jogo do contra o Grêmio, o suficiente para o STJD indiciar, julgar e punir o clube lusitano com a perda de 4 pontos e o conseqüente descenso de divisão. Com o rebaixamento da Portuguesa, o Fluminense (17º colocado) se beneficiou, e permaneceu na elite do futebol nacional.
Após absolvição de Petros, Corinthians tira sarro de dupla Grenal nas páginas oficiais das redes sociais
E você? Acha que os clubes grandes são beneficiados nos tribunais esportivos?