Balada para Lennon e McCartney

por Douglas Dutra

6 de julho de 1957. Seria um dia comum na história da humanidade, não fosse por um simples encontro entre dois adolescentes ingleses de 17 e 15 anos. Em comum, a música. De diferente, todo o resto. Separados por classes sociais e estilos diferentes. Sequer eram capazes de imaginar o que o tempo os reservava.

Foi nesse dia, há 60 anos, que num sábado quente do verão britânico, em uma festa de igreja em Liverpool, que John Lennon conheceu Paul McCartney. O encontro se deu depois de uma apresentação da banda de skiffle de John, os Quarrymen.

Enquanto os Quarrymen arrumavam seu equipamento, o baixista Ivan Vaughan apresentou a banda a um de seus colegas de escola, Paul McCartney.

Sentindo que sua presença era ignorada, Paul sacou seu violão para tentar impressionar a banda e tocou Twenty Flight Rock de Eddie Cochran, Be-Bop-A-Lula de Gene Vincent, e um medley de clássicos de Little Richard. Foi assim que Paul McCartney impressionou o arrogante John Lennon. Duas semanas depois, Lennon chamaria Paul para fazer parte da banda.

Três anos mais tarde, com Stuart Sutcliffe e George Harrison, fundaram a maior banda de todos os tempos, os Beatles. Mas isso já é uma outra história.

Esse encontro, que renderia uma parceria de 13 anos, é um marco da história da cultura pop. Os ecos da dupla Lennon/McCartney reverberam até hoje.

Em Pelotas, a mais de dez mil quilômetros de Liverpool, esses ecos causaram profundo impacto na vida da beatlemaníaca Karen Krüger, que teve a sua adolescência marcada pela música dos Beatles e teve sua mentalidade, já adulta, formada pelas ideias e pela poesia da dupla Lennon/McCartney.

“Posso garantir que houve um antes e um depois de Beatles na minha vida. Não só a música, mas as ideias deles me influenciaram e me fizeram alguém melhor.”

Se, como na declaração polêmica de John Lennon, os Beatles foram maiores que Jesus, isso é confirmado pelo papel de gurus que os membros da banda assumiram com o tempo.

“Eles foram a porta de entrada para muitas das coisas que vivi e pretendo viver. Me acompanharam no desenvolvimento da minha personalidade e das minhas perspectivas. Com 14 anos fui no show do Ringo, agora, com 20, vou realizar o sonho de ver de perto o meu beatle favorito, Paul McCartney. É quase uma coroação de tudo que já vivi em função deles.”

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