Histórico do Curso

Acreditando no potencial turístico da região e entendendo que não basta estimular o desenvolvimento da atividade turística, a UFPel, ciente de seu papel nesse processo, propôs a criação do Curso de Bacharelado em Turismo, até então, feito inédito em universidade pública no estado do Rio Grande do Sul.

Os estudos para a criação do curso iniciaram-se em março de 2000, por meio da constituição de uma comissão de professores que elaborou o projeto, dando origem ao Curso de Bacharelado em Turismo. O curso tinha por objetivo a criação de um espaço interdisciplinar para a investigação científica do Turismo a partir da interface de seus múltiplos saberes, permitindo a formação de profissionais habilitados. Além disso, tinha por propósito a criação de uma instância capaz de participar dos processos de desenvolvimento da metade sul, avaliando que o Turismo, somado a outras iniciativas, e dadas as características culturais e ambientais dessa região, configurava-se como uma alternativa no conjunto daqueles processos.

O projeto de criação foi, então, aprovado pelo Conselho Coordenador de Ensino, da Pesquisa e da Extensão (COCEPE) em 13 de junho de 2000 e pelo Conselho Universitário (CONSUN) em 20 de agosto de 2000. O curso iniciou suas atividades no segundo semestre de 2000, com o ingresso da primeira turma no vestibular de inverno. A partir de 2002, o ingresso dos alunos passou a ocorrer no primeiro semestre do ano. A Resolução Nº 03 de 24 de março de 2001 do Conselho Universitário autorizou o funcionamento do curso. Em maio de 2001 foi realizada uma reestruturação curricular, levando em conta as recomendações da LDB e da Pró-Reitoria de Graduação quanto à flexibilização curricular, a qual foi aprovada, pelo Conselho Coordenador do Ensino, da Pesquisa e da Extensão (COCEPE), em 22 de março de 2002. Em maio de 2006, o Curso de Bacharelado em Turismo foi reconhecido pelo MEC através da Portaria Nº 52 do Ministério da Educação de 26 de maio de 2006. Após o reconhecimento, o curso já passou por três reformulações curriculares: em 2006, 2009 e 2013, respectivamente. Em julho de 2012, através da Portaria Nº 124 de 09 de julho de 2012, o Curso de Turismo obteve a renovação do seu reconhecimento.

Atualmente, diante de uma nova realidade, o Núcleo Docente Estruturante do Curso de Bacharelado em Turismo discutiu amplamente com a comunidade acadêmica e propôs uma nova revisão curricular. Essa nova realidade se configura a partir da renovação de parte do corpo docente do Departamento de Turismo (extinto em 2020 e integrado à nova estrutura do Centro de Ciências Socio-Organizacionais) que traz consigo novos saberes e experiências capazes de enriquecer e aprimorar ainda mais o curso. Outros aspectos que também conduziram a esta reformulação pedagógica estão ligados à alteração do tempo de integralização do curso; criação e exclusão de disciplinas obrigatórias e optativas; adequação da carga horária prática das disciplinas; adequação de ementas e conteúdos programáticos; adequação das atividades complementares; e inserção da carga horária de extensão, conforme legislação pertinente.

Na área do Turismo, o que se percebe é que muitos têm feito do seu trabalho intelectual uma atividade praticamente restrita ao universo da reprodução capitalista. A Universidade não pode aceitar a subordinação de uma parte dos intelectuais e da reflexão científica contemporânea aos critérios do mercado.

Ao se pensar em Turismo, consequentemente, há a necessidade de uma reflexão sobre os processos de desenvolvimento que a atividade produz sobre os locais, visto que o ser humano é parte integrante e indissociável do meio ambiente natural e cultural no qual está inserido. Para atuar de forma consciente sobre a realidade é preciso conhecê-la, entender as forças que a movem, as contradições que a sedimentam, o movimento anteriormente percorrido e o apontamento de um novo sentido. Neste cenário verificamos que as potencialidades e necessidades de avanços em busca, prioritariamente, de um conhecimento amplo e profundo sobre as relações que envolvam o fenômeno turístico, são latentes.