Pela maior valorização e atenção à dança

Entre o amor à arte e a busca por apoio, as companhias de Pelotas sobrevivem         

Por Giulia Lemons Brum       

 

A Companhia 1° Ato Tavane Viana participou do Festival de Dança de Florianópolis             Fotos: Claudio Etges

 

Com qual frequência você e sua família costumam ir a eventos culturais? Você se lembra da última vez que esteve em um espetáculo de dança contemporânea? Embora as apresentações de teatro, dança e música tenham tido um aumento de público após a pandemia da COVID-19, as companhias de dança, especialmente em cidades pequenas, ainda enfrentam grandes desafios para conquistar o apoio da comunidade.

Embora o cenário cultural tenha crescido nos últimos anos, a dança ainda luta contra a falta de apoio financeiro e estrutural. Companhias em Pelotas, em particular, se veem diante do desgaste mental de dançarinos, coreógrafos e profissionais que, além de realizarem suas apresentações por paixão, buscam reconhecimento por seu trabalho.

A dança, em suas várias formas, atinge a vida de milhares de pessoas. Seja como prática de exercício físico, para o bem-estar ou como uma profissão, ela se torna um elemento essencial na construção de histórias e identidade de cada dançarino. Um exemplo disso é Diego dos Santos Rodrigues, professor de educação física com 25 anos de experiência no universo da dança. Atualmente, atua na escola de dança contemporânea, urbana e jazz 1° Ato Tavane Viana, onde compartilha sua experiência com os alunos.

Ali, no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, onde meninos jogavam bola e as meninas dançavam… Eu sempre fui uma criança que gostava de dançar. A dança sempre fez parte da minha vida, desde as apresentações na escola” relembra Di Santos, como é conhecido no meio artístico.

Para ele, a dança se torna mais que uma profissão, é um refúgio, especialmente para muitos jovens que não encontram um espaço seguro para se expressar livremente. Além disso, ela pode ser vista como uma oportunidade direta de inclusão social no meio das escolas públicas, proporcionando atenção e possibilidades para alunos que precisam de um novo caminho.

Ainda que os desafios financeiros e estruturais sejam grandes, o amor pela arte e o desejo de fazer a dança crescer e receber visibilidade continuam a ser incentivadores na hora de manter vivas as companhias de dança. Para que isso possa acontecer de forma acessível, é necessário o apoio da sociedade e das autoridades para garantir o desenvolvimento dessa forma de expressão que enriquece a cultura.

Recomendamos que o público pelotense aproveite e conheça ainda mais as escolas de dança de Pelotas, para que possam aproveitar a oportunidade de prestigiar espetáculos incríveis no Teatro Guarani ou em outros espaços culturais da cidade, como uma forma de valorizar os artistas locais e fortalecer a cultura pelotense. O incentivo e o apoio são essenciais para garantir que a dança continue mudando as vidas de adultos e crianças.

 

Dança merece um maior reconhecimento da comunidade e das autoridades locais

 

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