De jovens visionários a um grupo de renome nacional com mais de 20 anos de carreira
Por Adriana Cunha

O líder da banda Tico Santa Cruz cercado pelos fãs na gravação do show acústico em 2023 Foto: Faab Santos/Divulgação
Desde a sua criação, a banda Detonautas foi pioneira em explorar as possibilidades do mundo virtual, porém também sempre visou a experiência do palco e da vida real para existir. Com o nome original Detonautas Roque Clube, já fez turnês pelo Japão, Estados Unidos e Europa. Desde o início estiveram presentes Tico Santa Cruz (vocais) e Renato Rocha (guitarra e vocais de apoio). Atualmente, completam a formação Phil Machado (guitarra e vocais de apoio), André Macca (baixo) e Fábio Brasil (bateria). E, apesar de ter o Rio de Janeiro como a sua base a partir de 1997, o Rio Grande do Sul tem um papel fundamental nessa história.
O Arte no Sul teve a oportunidade de conversar com o guitarrista, Renato Rocha, para trocar uma ideia sobre a carreira do grupo e sua relação com o nosso estado, nossa música e nossa cultura.
Tudo começa, como recorda Renato, no final de 2002, quando o solo gaúcho é o primeiro destino da tour do álbum oficial de estreia do Detonautas. Desde então foram muitas visitas em diferentes palcos e diferentes estruturas e contextos, de festivais como o Planeta Atlantida, às casas clássicas de show como o bar Opinião em Porto Alegre, o palco do Theatro Guarany em Pelotas e outras cidades no interior do estado.

Após pandemia, show em Santa Maria retomou apresentações no estado dia 14 de dezembro Foto: Adriana Cunha
Contatos com a cena local
Nessas visitas e pela presença no cenário nacional de Rock, a banda também entrou em contato com nossa cena local, tanto bandas que tiveram projeção nacional quanto aquelas que tiveram maior destaque nos palcos do estado. Sendo uma dessas bandas o De Falla, referência dos anos 80, cujo vocalista Edu K foi produtor do terceiro álbum do Detonautas.
Alguns outros nomes dessa lista são Comunidade Nin Jitsu, Nenhum de Nós e Papas da Língua, bandas com quem dividirão, no mês de maio, o palco nos festivais É Claro Que é Rock, em Passo Fundo, e o Lord Music Festival, em Novo Hamburgo. Também foram lembradas as bandas Tequilla Baby, TNT, Acústicos e Valvulados, Stereobox, Engenheiros do Hawai e Wander Wildner, de quem Renato recorda dividir o estúdio quando estavam gravando o segundo álbum do Detonautas,
Ao citar esses nomes do rock, o guitarrista refletiu também sobre o contexto geográfico, da proximidade com o Rio Da Prata e o Uruguay, e o contexto cultural e de logística que compõe a mítica do Rio Grande do Sul como polo produtor de bandas. Como ele reconhece, nosso estado possui uma estrutura para sustentar tais bandas num circuito local, mas, com os avanços tecnológicos, o translado e a expansão dessas bandas têm sido mais fáceis.

Outra sonoridade na apresentação do Rio de Janeiro em novembro Foto: Adriana Cunha
Shows acústicos
O Detonautas é um expoente do rock, que é um estilo reconhecido pelo peso das guitarras e distorções, característico de todas essas referências citadas. Mas, apesar disso, nos últimos anos a banda registrou dois shows com arranjos acústicos. Nesses projetos, as canções ganham uma outra roupagem e ˜a beleza das canções aparece, fica uma coisa mais sensível˜, considera Renato.
Desde 2024, então, o Detonautas tem tocado os dois shows em paralelo. O elétrico, um show com uma projeção maior da banda no palco, com guitarras e bateria mais explosivas, enquanto no formato acústico prevalece uma presença de palco diferente, a delicadeza das canções e a emoção do público.

O show na Festa Nacional da Música foi em 2018 na cidade Bento Gonçalves Foto: Adriana Cunha
Novos meios de encontro
Nem só de shows, porém, vive o mercado fonográfico e uma banda de circulação nacional. Desde o início da carreira o Detonautas tem registrado suas músicas em álbuns e tem acompanhado as mudanças das plataformas para publicar e propagar suas músicas, o que Renato considera uma grande potência da banda.
Com o avanço das tecnologias, os registros físicos como álbuns e DVDs passaram mais a ser um item de colecionador do que um veículo de disseminação do trabalho musical. Conforme Renato avalia, o Detonautas soube navegar dentre essas transformações, entendendo que o importante era atingir o maior número de pessoas. Ele é a favor dos downloads e compartilhamento das músicas organicamente, considerando que isso os leva à estrada e o público aos shows.

Edu K fez presença no show de lançamento do terceiro álbum da banda em 2006 Foto: Adriana Cunha
Somado aos álbuns de estúdio, registros em DVDs e as gravações acústicas, desde o início, o Detonautas teve uma presença sólida no mundo virtual, o que o rockeiro considera um processo bem natural e intuitivo. Afinal, no final dos anos 1990, início dos anos 2000, eles eram jovens aproveitando a internet surgindo.
E, assim, seguem até hoje. Priorizam a presença digital nas mais diferentes plataformas, nos mais diferentes formatos de audiovisual, tendo os fotógrafos Faab Santos e Wally Guedes acompanhado as tours. Eles vêm registrando os shows e os momentos na estrada para manter o público próximo e a história da banda documentada.
Para 2025, o planejamento é seguir sendo um ano de muito trabalho. Com shows agendados no Rio Grande do Sul, em maio, e alguns projetos que estão começando a amadurecer, ideias de músicas novas e continuidade das tours elétrica e acústica em cada vez mais lugares.
Fique de olho na agenda da banda e nos seus próximos lançamentos e projetos, no Youtube e no Instagram.

Deixou saudades show da banda em Pelotas no ano de 2010 Foto: Adriana Cunha
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