Além do seu compositor preferido Ludovico Einaudi, repertório da apresentação nesta sexta, dia 6 de dezembro, traz composições clássicas, músicas populares e trilhas sonoras
Por Paulo Pereira da Silva
Do retorno à prática de pianista durante o longo período de isolamento, na pandemia, despertou a musicalidade adormecida desde a infância e adolescência da professora de Física Virgínia Mello Alves, interrompida pela atividade profissional e maternidade. Assim, do Departamento de Física e Matemática da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), ela compartilhou seus momentos em vídeos e lives constantemente com amigos da universidade, familiares e colegas que a vida lhe presenteou. A arte musical integrou-se às atividades extra-curriculares da docente, que preza pela interação entre diversas formas de conhecimento.
Com o fim da pandemia, Virgínia passou a realizar recitais. E, nesta sexta-feira, dia 6 de dezembro, a pianista apresenta o “II Recital de Piano para Amigas e Amigos”, às 19h30, no auditório do Conservatório de Música da UFPel na (Rua Félix Xavier da Cunha, 651, no Centro de Pelotas). O recital é um momento de troca, afeto e momentos de sensibilização, de uma artista da música amadora que toca, sabe tocar e ama o que toca. O evento é aberto, livre para todo o público, com entrada franca.
Na apresentação deste ano, o repertório refaz as composições clássicas já consagradas pelo público, “Le Lac de Come” de C. Galos, “Sonata ao Luar” de Beethoven, “Ierè Gymnopedie” de Erik Satie e “2me Nocturne” de Frédéric Chopin. Traz também as reconhecidas músicas populares “A Thousand Years”, de Valerie Nater, “Sing of Guy”, de Elton John, “Bohemian Rapsody”, de Fred Mercury, e a trilha sonora “Somewhere in Time”, de John Barry.
Virgínia reserva um bloco para execução de uma seleção de músicas do seu autor preferido, o compositor Ludovico Einaudi, com as obras: “Berlin Dong”, “Dietro Casa”, “Primavera Nightbook”, “High Heels”, “Love is a Mystery”, “Nuvole Bianche”, e “I Giorni”. É um brinde à diversidade com títulos clássicos e populares.
Dos momentos de troca nas apresentações musicais online com o reconhecimento e estímulo dos ouvintes, Virgínia resgatou sua habilidade instrumental, aprimorou-se e evoluiu para sua primeira apresentação solo presencial, realizada em 30 de novembro de 2023 no Conservatório de Música da UFPel, com apoio da Reitoria da UFPel, do Centro de Artes e também do Theatro Sete de Abril.
É professora e pesquisadora, estando às vésperas de apresentar seu memorial acadêmico para se tornar titular. Começou pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), como professora temporária. Em seguida, foi efetiva no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFSul), até ingressar na UFPel em 1995. Foi pioneira nas palestras para divulgação científica do Instituto de Física e Matemática (IFM) da UFPel.
Praticou piano quando criança no Instituto Musical Americano de Porto Alegre, com a professora Erica Rosado Gobbato. Também estudou teoria musical na Escolinha da OSPA na juventude e no Coral da UFRGS até ingressar na universidade. Depois de longo período afastada da música, voltou a praticar regularmente quando o piano teve o seu espaço em uma casa maior.
Durante sua carreira na instituição, contribuiu na formação de professores de graduação, na extensão e pesquisa acadêmica, e recentemente na pós-graduação, com o mestrado profissional, voltado a professores no ensino de Física, na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Paralelo à docência, esteve ativa na administração como coordenadora de curso, com o desafio de formatar as diretrizes curriculares e homologar no MEC o reconhecimento do curso de Física.
Através do seu trabalho na parte de ciências, entre as coordenadorias e a Pró-Reitoria de Graduação, fez o treinamento em toda a região de Pelotas para a implantação da reformulação dos novos parâmetros nacionais da educação básica. Foi convidada para o cargo de diretora de ensino da Pró- Reitoria de Graduação em 2005, atuando no programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), quando o número de 6 mil estudantes saltou para mais de 20 mil na UFPel.
Entre as suas atividades de extensão e ensino de Física, destaca-se a divulgação da Astronomia e o projeto do planetário físico. Os equipamentos foram adquiridos em 2009 e aguarda-se a construção do prédio para a sua instalação. Sendo a única professora com habilitação no ensino de Física e única astrônoma, tem-se voltado a trabalhos interdisciplinares com a Museologia, artes e demais áreas da ciência.
Em 2016, através do Fórum de Práticas Interdisciplinares da Faculdade de Física, participou do recital “Timbrar Bach Sonatas & Partitas”, de flauta e piano, com Raul Costa e Lucia Cervini, unindo-se à participação especial de Paulo Krebs com as projeções astronômicas das galáxias e do sistema solar. Essa iniciativa ressalta a relevância das interconexões entre as áreas de Música e Astronomia.
Virgínia propõe um espaço dentro da Universidade para que a comunidade acadêmica possa mostrar outros conhecimentos e habilidades não vinculados formalmente, com relação às artes, esportes, política e linguagens, entre outros, como política consistente de trocar experiências. Neste “II Recital de Piano para Amigas e Amigos” tem o apoio do Conservatório de Música com a disponibilidade do espaço.
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