Descubra a pessoa por trás do “Clube do Morcego de Fruta” e outras obras
Por Khadija Bakkar e Giovana de Sá
Se você já andou pelos corredores do Anglo, ou do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com certeza já se deparou com o trabalho de Clara Fragoso, aluna do terceiro semestre de Bacharelado em Artes Visuais. Autora dos panfletos do “Clube do Morcego de Fruta” e, mais recentemente, do “Peixe Vidente”, Clara é dona do perfil @inset0_/ no Instagram, em que também compartilha suas obras.
Clara espalha misteriosos e absurdos bilhetes nos corredores dos prédios da Universidade. Ela busca explorar a autoridade que damos para avisos, símbolos e panfletos. “Eu queria brincar com a realidade que alguém entenderia ao ler uma mensagem que, pelo jeito que se dispõe, deveria ser séria, mas que acaba sendo algo fantasioso”, explica.
Sobre o processo criativo, Clara esclarece que, como os panfletos são algo que ela faz por diversão, ela busca não forçar as ideias a surgirem. “O que acontece geralmente é que tenho vários pensamentos soltos durante o dia sobre coisas do meu cotidiano, e eu escolho um deles para extrapolar/explorar o máximo possível”, descreve.
Quanto ao significado específico de cada um dos bilhetes ou se o público fica a cargo de interpretá-los, a estudante contextualiza: “No meio artístico, falamos muito sobre o que acontece depois que você coloca o seu trabalho no mundo. Ele deixa de ser sobre o que você quer que as pessoas entendam e passa a ser sobre o que o observador vai interpretar”. Em relação aos seus panfletos, Clara acha que, se ela desse uma explicação definitiva sobre o que queria dizer, eles perderiam um pouco da mágica e do seu poder de sugestão.
Em geral, as suas criações são no formato bidimensional. Além de impressos, a artista também trabalha com pintura e desenho, sempre utilizando o humor, a ironia, o absurdo, o texto e a imagem. “Mas sempre gosto de testar uma coisa nova de vez em quando”, diz. Além dos panfletos, Clara também cria produtos com suas ilustrações, como adesivos e tote bags, os quais divulga no Instagram e vende pessoalmente no Centro de Artes.
Sobre o seu relacionamento com a arte, Clara lembra que falava que queria ser artista desde sempre e a sua família sempre a apoiou. E finaliza: “Só comecei a desenvolver uma linguagem própria quando entrei na faculdade; quebrei um pouco as minhas convicções de antes sobre o que pode ser categorizado como arte e comecei a me deixar fazer o tipo de coisa que é mais a minha cara”.
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