Em 2023, o evento recebe 10.000 inscritos e 2.075 coreografias, com a expectativa de acolher 330.000 espectadores. A Art & Manhas é um dos grupos gaúchos participantes
Por Marianna Bertoldi e Victória Silva
Durante os dias 17 a 29 de julho, a cidade de Joinville, no estado de Santa Catarina, recebe centenas de bailarinos e visitantes para a 40ª edição do Festival de Dança de Joinville. As apresentações, mostras e workshops do festival são reunidos na arena Centreventos Cau Hansen. Brasileiros de todos os estados e, até mesmo, estrangeiros marcam presença no festival todos os anos. Nesta edição, o evento recebeu cerca de 10.000 inscritos e 2.075 coreografias. Cerca de 330.000 espectadores devem comparecer ao festival. Entre os grupos participantes está a academia rio-grandina Art & Manhas.
Desde 1983, quando ocorreu pela primeira vez, o prestigioso festival convoca bailarinos, coreógrafos e admiradores da sexta arte na Capital Nacional da Dança para celebrar essa forma de expressão artística em seus diferentes estilos, do ballet clássico às danças contemporâneas e populares. Proporciona aos participantes e espectadores um intercâmbio de experiências, repleto de espetáculos e atividades didáticas.
O festival foi tão bem recebido pela comunidade artística e pelo público que, em 2005, foi alçado à maior festival de dança do mundo em razão do número de participantes pelo Guinness Book. Corresponde ao título até hoje.
Mostra Competitiva, Festival Meia Ponta, Festival da Sapatilha e Festival 40+ são as competições disponíveis, nas quais os participantes podem mostrar suas habilidades. Além das categorias específicas, que premiam cada modalidade de dança e cada nível (Sênior ou Júnior, na Mostra Competitiva, por exemplo). Há uma premiação especial que reconhece os melhores bailarinos (feminino e masculino), coreógrafos, grupos e melhor apresentação, além do Prêmio Daniel Camargo, dado a um bailarino da categoria júnior. E o Prêmio Especial prestigia o trabalho de figurino, de concepção coreógrafa e de pesquisa.
Além disso, o festival também reúne expositores na Feira da Sapatilha. No espaço cedido à feira, com cerca de 2.000 metros quadrados, são vendidos artigos de artesanato e de dança.
Participação da Art & Manhas
Devido à relevância do tradicional festival, a preparação é intensa até o dia da apresentação, em busca de um troféu. Na cidade do Rio Grande, a Academia Art & Manhas, que já participou de outras edições do festival e trouxe premiações, também prepara seus artistas para a edição de 2023.
As jovens dançarinas, Mireli e Maria Eduarda, de 14 anos, fazem parte da academia há sete anos e participaram pela primeira vez do Festival de Dança Joinville. Ambas concorrem com duas coreografias intituladas “Reino das Tapitas”, na modalidade sapateado, e “Back to the Future”, na modalidade jazz. Em relação à preparação física para o evento, os ensaios acontecem quatro vezes na semana.
“Temos ensaio de segunda a quinta, de uma hora a uma hora e meia cada”, comentou Maria Eduarda. Quando questionadas sobre qual a importância do festival para elas, Mireli e Maria Eduarda ressaltaram a vivência e experiências adquiridas.
“De todos os aprendizados que podíamos tirar de um grande evento como este, analisar as obras e aprender com os diversos conhecimentos e bagagem de cada um ali presente é incrível. Para mim o importante é assistir e prestigiar todos os bailarinos”, compartilhou Mireli. “Assistir tantas danças maravilhosas que passaram e vão se apresentar lá, acho que é algo muito maior do que um simples festival, é algo grande e mágico!”, ressalta Maria Eduarda.
Carolina Mattos, 19 anos, participou do evento em 2021 como bailarina da Art & Manhas. Para ela, “o festival é uma ótima oportunidade para bailarinos e todos interessados por dança”. Ao mesmo tempo em que os participantes podem ver e descobrir novos estilos, podem conversar com bailarinos e professores e fazer cursos com profissionais altamente qualificados de todo o País.
Carolina reconhece que o festival é uma forma de promover a união de artistas do País e permite o maior contato e acesso à arte. “É muito legal juntar estilos e pessoas diferentes em um mesmo lugar. Festivais como esse promovem a integração dos bailarinos e mostram que o País se importa com a arte. Valorizam o esforço de cada bailarino para chegar até lá, pois é necessário preparação, passar em uma seleção até chegar aos palcos de Joinville”.
Para a jovem bailarina rio-grandina, a experiência foi algo inesquecível. “Ir ao Festival de Joinville foi muito diferente comparado aos outros festivais de dança que já fui, pois realmente é o maior do mundo”, afirma. “É muito lindo poder ver e dar oportunidade para as pessoas que não conhecem sobre dança poderem assistir ao festival, pois os ingressos são baratos e isso contribui para o acesso de todos”, conclui.
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