O evento, que ocorre desde 1997, é originado no programa “Swingando” da Rádio Oceano – antiga Cassino FM – e teve nova edição neste mês
Por Tais Carolina
O pagode é um gênero musical originado no samba entre as décadas de 1970 e 1980. Seu início foi caracterizado pelas tradicionais rodas de fundo de quintal nos subúrbios do Rio de Janeiro. Ainda, segundo a Sociedade Artística Brasileira (SAB), o termo pagode “também se popularizou para designar festas regadas à música, alegria, comidas e bebidas, herança dos festejos que aconteciam desde antes do século 19, nas senzalas e quilombos”.
A Rádio Oceano, na cidade do Rio Grande, conta com o programa de pagode “Swingando”, que surgiu em 1995, quando a emissora ainda se chamava Cassino FM. O foco é em uma programação musical totalmente voltada ao gênero. Para além das ondas do rádio, o programa também conta com uma extensão: o “Swingando de Rua”, que vem acontecendo em diversos locais, reunindo várias atrações. O evento, iniciado em 1997, e que já teve 18 edições, não era realizado desde 2018 e teve seu retorno no domingo de Páscoa, dia 9 de abril.
O 18º Swingando de Rua foi transmitido ao vivo na 97,1 diretamente do palco do 1º Festival do Mar (Festimar), no Centro Histórico de Rio Grande. Milhares de pessoas estiveram presentes para curtir o dia, que contou, além de música boa, com distribuição gratuita de erva-mate e atividades com direito a brindes.
A abertura do evento, iniciado às 16h, foi com o Grupo Pra Climatizar. Depois, teve Pagode do Dudu, com a participação de Vagner Sória, Kauã Castro, Lucas Britto e Alisson Camargo e Thiago Nogueira. Conforme o passar do tempo, o Centro Histórico foi ficando cada vez mais lotado. O fechamento das apresentações de pagode ficou por conta do grupo Só Raizes.
O Swingando de Rua vai além de pagode ao vivo, ele tem a ver com união do público e interação. Selmo Junior, apresentador do Swingando há mais de 25 anos, agitou a plateia com várias formas de participação. Pode-se citar a “danca das cadeiras” e o “desafio de dança”, em que os voluntários tiveram que mostrar samba no pé. No desafio “qual é a música”, o público tinha que descobrir o nome da canção a partir da introdução que a banda estava tocando. Todas as brincadeiras contaram com a entrega de brindes aos vencedores.
Swingando de Rua
O primeiro Swingando de Rua ocorreu em janeiro de 1997, no bairro Getúlio Vargas. “Naquele período, o evento acontecia em média uma vez por mês, em vários bairros da cidade”, explica Selmo Junior. O penúltimo Swingando de rua ocorreu no dia 14 de julho de 2018, na 40ª edição da Fearg Fecis e contou com a participação dos grupos Só Raizes e Acesso livre. Ao falar sobre o que sentiu ao retornar com a realização após quase cinco anos de pausa, Selmo diz que tem “sentimento de gratidão”.
“Não poderia ser outro, rever os amigos músicos com quem eu dividi o palco inúmeras vezes e rever vários ouvintes, amigos, muitos que iam nos eventos ainda adolescentes. E hoje rever eles como pais, mães, é uma sensação incrível”, relata Selmo Junior. “O programa, ao longo desses 27 anos, atingiu inúmeras gerações. E, depois de um grande sucesso nessa volta, que há muito era pedida por muita gente, prova que ainda tem muita lenha para queimar. Nada melhor do que o sentimento da Páscoa para o renascimento do Swingando de Rua, que, com certeza, voltou para ficar e fazer novas histórias”, conclui.
Veja a linha do tempo dos Swingando de Rua ao longo dos anos, de 1997 a 2023:
– 1º – 1º de Janeiro de 1997, no BGV, com Mistura, Swing Samba Jr e Força do Samba;
– 2º – No bairro Navegantes, no dia 23 de fevereiro de 1997;
– 3º – No Parque Marinha, no dia 16 de Março de 1997, shows com Swing Samba Júnior, Doce Veneno, Magia do Samba;
– 4º – No bairro São Miguel, no dia 17 de maio de 1997;
– 5º – Na Cohab 4, no dia 29 de junho de 1997, shows com Swing Samba Júnior, Tropical, Força do Samba;
– 6º – No Parque Marinha, no dia 12 de outubro de 1997, com os grupos Swing Samba Júnior, Magia do Samba, Força do Samba, Oficina do Samba e Tropical;
– 7º – Na Praia do Mar Grosso, em São José do Norte, no dia 15 de fevereiro de 1998, shows com Só Raizes, Samba 3 e Oficina do Samba
– 8º – No Parque Marinha, no dia 9 de agosto de 1998, shows com Samba 3, Oficina do Samba e Magia do Samba;
– 9º – Na Cohab 4, no dia 13 de setembro de 1998, com Samba 3, Oficina do Samba e Tropical;
– 10º – No Parque São Pedro, no dia 12 de outubro de 1998, shows com Contrato de Risco (POA), Mistura e Magia do Samba;
– 11º – No Cassino, no dia 15 de novembro de 1998, shows com Grupo Gana (POA) e Oficina do Samba;
– 12º – No Parque Marinha, no dia 14 de março de 1999, shows com Samba 3 e Oficina do Samba;
– 13º – No Canalete, no dia 21 de abril de 1999, com Samba 3 e Swing Samba Júnior;
– 14º – No Campo do Quartel, no dia 1º de maio de 1999 com Samba 3, Oficina do Samba e Banda Gueto
– 15º – No bairro Navegantes, no dia 26 de setembro de 1999, com os Grupos Mistura, Gueto e Mera Coincidência, mais o Grupo de Dança Yank’s;
– 16º – Na Praça Saraiva, no dia 13 de outubro de 2002, com os Grupos Mistura e Samba 3;
– 17º – Na Fearg Fecis, no dia 14 de julho de 2018, com os grupos Acesso Livre e Só Raizes;
– 18º – No Centro Histórico de Rio Grande, no dia 9 de abril de 2023, com Grupo Pra Climatizar, Pagode do Dudu – com a participação de Vagner Sória, Kauã Castro, Lucas Britto e Alisson Camargo – e Thiago Nogueira.
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