Por Milena Schivittez
Série conta a vida conflituosa de um empresário de mídia e seus quatro filhos
Polêmicas, intrigas e reviravoltas não são tão incomuns em dramas familiares, principalmente naqueles que abordam uma disputa por poder. Essa premissa básica pode exemplificar diversas séries televisivas, desde produções históricas até enredos mais contemporâneos. Mas afinal, o que torna “Succession” esse fenômeno de crítica e audiência?
À primeira vista, “Succession” apresenta uma trama muito comum aos olhos daqueles que cresceram assistindo novelas e dramalhões televisivos, recheados de personagens ricos, herdeiros, esnobes e pouco confiáveis. A família Roy, com as figuras centrais do enredo, não é nada diferente destes personagens, porém bem mais intragável.
Criada por Jesse Armstrong, a série da HBO acompanha Logan Roy (Brian Cox), um empresário de sucesso, dono de um conglomerado de mídia, e seus quatro filhos: Connor Roy, o filho mais velho do primeiro casamento que vive às custas do pai e sem nenhuma perspectiva; Kendall Roy (Jeremy Strong), o primeiro filho do segundo casamento e o principal nome para suceder Logan no comando da organização; Roman Roy (Kieran Culkin), o filho irresponsável, mas que almeja um lugar importante nos negócios da família; Siobhan Roy (Sarah Snook), a filha preferida de Logan que trabalha como coordenadora de campanhas políticas.
A trama começa a partir de um momento decisivo para a empresa de mídia e entretenimento Waystar Royco e para a família Roy, responsável pelo conglomerado. Logan Roy, fundador e CEO da empresa, decide finalmente deixar o comando e nomear o seu sucessor, seu filho Kendall. Contudo, o patriarca volta atrás e acaba lançando uma verdadeira disputa entre seus filhos e os funcionários. Até mesmo ele é desafiado para saber quem finalmente ficará no comando.
Com um texto muito afiado, diálogos pertinentes e alternando com perfeição entre o humor e o drama, a sátira apresenta personagens cruéis, que não medem esforços para apunhalar uns aos outros pelas costas, fazendo com que o próprio telespectador fique confabulando para saber de quem será o próximo golpe. O público é levado a torcer para que um deles finalmente consiga chegar ao tão cobiçado poder.
O que acaba tornando “Succession” uma das melhores séries atualmente no ar é justamente a forma fria, crua e direta na qual Armstrong decide construir e apresentar ao público essa família. Ela é completamente disfuncional, brigando por uma empresa que a cada dia se afunda mais perante os acionistas, ao governo e a opinião pública. Tudo em “Succession” é uma bomba relógio, prestes a explodir, que acaba nos deixando presos para saber quem vai restar no final desta guerra familiar.
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