Recém-lançada, série “Round 6” tem sucesso de audiência

Por William Engel     

Envolvendo jogos mortais, produção para o streaming é cercada de polêmicas

A personagem jogadora 067 é uma fugitiva da Coreia do Norte   Foto: Reprodução Netflix

No dia 17 de setembro, a Netflix, em parceria com a produtora Siren Pictures, lançou a série “Round 6”. De origem sul-coreana, vem ganhando milhares de fãs no mundo todo e chegou a ficar em primeiro lugar em mais de 75 países, desbancando inclusive fenômenos como a queridinha série inglesa “Sex Education”. Esse fenômeno tem explicação em seu roteiro, no qual 456 endividados participam de jogos sangrentos em busca de um prêmio milionário.

A série idealizada por Hwang Dong-hyuk, tem como enredo um grupo de encalacrados que recebe uma proposta de quitar suas dívidas participando de jogos, mas o que eles não esperam é que esses jogos são mortais. Os jogos infantis, em sua maioria com base na cultura sul-coreana, são a premissa da competição. Quem ganha passa de fase, quem perde leva um tiro. Esse modelo de competição sangrento e com muita adrenalina vem atraindo os espectadores.

A série, no entanto, não agradou todo mundo. Principalmente o senhor Kim da província de Seongju, na Coreia do Sul. Ele teve seu número de telefone divulgado no cartão entregue ao personagem principal na série. Informou que desde o dia 24 de setembro tem recebido mais de 4000 ligações e mensagens por dia. Apesar de estar sendo indenizado pela Netflix, lamenta ter de trocar de número, pois se trata de um telefone comercial.

Outro fator interessante na série é a semelhança com algumas produções como o filme “Jogos Vorazes” e a série brasileira “3%”, também do catálogo da Netflix. A produção do filme tem sido acusada de plágio por sua similaridade com um filme japonês de 2014 denominado “As The Gods Will”, que tem a mesma premissa de endividados competindo por dinheiro. Sobre a polêmica. o diretor Hwang Dong-hyuk afirma que apesar de algumas similaridades, seu projeto estava engavetado desde 2008.

Mais um problema vem sendo a audiência do público infantil, apesar de ser uma produção voltada para os adultos. Isso ocorre principalmente pelo fato de os desafios inicialmente serem brincadeiras para crianças. Também a divulgação da série por aplicativos e redes sociais tem sido uma preocupação para os pais.

                             Os atores Park Hae-soo e Lee Jung-jae participam da série                Foto: Divulgação/Netflix

A produtora de streaming Netflix vem dando bastante visibilidade a produções asiáticas, não é a primeira vez que traz  temáticas importantes da região como foi o caso da história da personagem 067 na série, que é uma fugitiva norte coreana. Essa realidade é algo muito comum na Coreia do Sul e a série traz à tona um dos problemas dessa evasão do norte e como isso afeta a vida das famílias, assim como a xenofobia realizada pelos sul-coreanos para com os nortenhos.

O sucesso foi tanto que a produção alcançou a extraordinária marca de 100% de aprovação da crítica no site americano Rotten Tomatoes, além da nota 8,3/10 no Site IMDB (Índice de Mídia e Datebase), e da nota 4,2/5 pelos usuários do site brasileiro Adorocinema. Outra série com a mesma temática é a japonesa com oito episódios “Alice in Borderland”, que também conta com um roteiro envolvendo mortes, competição e adrenalina.

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