Por Sabrina Borges e William Engel
Coordenador do teatro de Camaquã João Bolesta e secretário Clayton Dworzecki falam sobre a história do Cine Teatro Coliseu e o tempo difícil da pandemia
O Cine Teatro Coliseu é um dos pontos turísticos de Camaquã. Desde 1987 o teatro já foi palco de diversos eventos, mas desde o dia 11 de março de 2020 parou de receber eventos com público.
No ano de 2019, o teatro recebeu 403 atividades, entre shows, formaturas, sessões da Câmara de Vereadores, palestras, seminários, formaturas, peças teatrais e musicais variados. No ano de 2020, foram apenas três eventos realizados e os demais foram adiados devido à pandemia.
O coordenador do Cine Teatro Coliseu, João Bolesta, falou um pouco mais sobre a história do teatro e o efeito Covid-19 na abertura do espaço. Bolesta contou que o prédio foi construído em 1914, onde funcionou o antigo Cinema Coliseu.
Com a morte do proprietário do prédio, a Prefeitura de Camaquã adquiriu o espaço no dia 22 de outubro de 1987. O local foi restaurado e reinaugurado como Cine Teatro Coliseu.
Desde então, o espaço sempre recebeu eventos com público e ver o Coliseu de portas fechadas impactou toda a comunidade camaquense. Bolesta lembrou que os ingressos já tinham sido vendidos quando o espaço precisou ser fechado e um show foi cancelado.
O coordenador precisou fazer plantões para atender as pessoas que haviam adquirido ingresso para o evento. Além disso, a manutenção do teatro seguiu neste período, então Bolesta precisava ir frequentemente abrir o prédio para um colaborador fazer a limpeza.
João Bolesta lembrou dos dias em que o local estava “abarrotado” de pessoas, da movimentação e das risadas que sempre eram tiradas da plateia. A tristeza de organizar um espaço que segue sem receber público é ampliada quando ele observa com um olhar de artista que é.
“Por eu ser ator, me coloco no lugar dos profissionais da área da cultura. Não existe cantor, ator sem plateia”, afirmou o coordenador da instituição. “O teatro do mundo parou. Os artistas estão sofrendo mais diante dessa pandemia”, ressaltou o ator, escritor, roteirista e diretor de peças de teatro.
“Eu me coloco no lugar dos demais artistas, eles foram os mais atingidos”, comentou. O coordenador acredita que em breve as atividades culturais serão retomadas e que, aos poucos, todos vão poder estar de volta aos palcos, emocionando e alegrando as pessoas.
“Os artistas estão com sede de palco, eles vivem de plateia, de espetáculo, eles vivem de show”, comentou sobre o desejo dos atores e músicos em relação à retomada dos eventos.
O secretário do Desenvolvimento, Inovação, Cultura e Turismo, Clayton Dworzecki, relembrou a história do teatro no município. Ele comentou que foi muito triste assumir a Secretaria e receber a casa em um momento delicado como o que vivemos.
“Esperamos que assim que possível a gente possa retomar as atividades no teatro”, afirmou o secretário. Dworzecki informou que, assim que as atividades forem retomadas, ele irão tentar priorizar os shows musicais e teatrais para valorizar os artistas de Camaquã.
“A classe artística foi a mais afetada nesse período da pandemia. A única classe para a qual não foi possível essa retomada gradativa da economia, foi do setor cultural”, afirmou o secretário.
COMENTÁRIOS
Você precisa fazer login para comentar.