Por Helena da Rocha Schuster
Evento criado em Pelotas reinventou o cenário artístico da Zona Sul durante a pandemia
União, compartilhamento e diversidade: essas são algumas das definições do Salve Arte Festival, um projeto pelotense que busca criar novas oportunidades para trabalhadores do setor cultural da Zona Sul do Estado. Realizado pelo Espaço de Arte Casa do Tambor, o festival surgiu em 2020, fruto do esforço de artistas que precisaram interromper suas atividades presenciais em função da pandemia. A edição deste ano começou no dia 19 de janeiro e vai até o dia 26 de abril.
O idealizador do projeto, Kako Xavier, explica que, no início, o festival contou apenas com a força de vontade e confiança dos artistas, que mergulharam no projeto sem suportes financeiros. “Sem recurso nenhum, conseguimos gravar 23 espetáculos, que foram apresentados nos meses de agosto, setembro e outubro de 2020”, conta Xavier. O produtor também explicou que foi feita uma vaquinha, na época, para auxiliar os 60 trabalhadores de cultura envolvidos na produção.
Em 2021, depois do sucesso da pré-temporada do evento, o Salve Arte voltou renovado. O festival foi contemplado no edital n° 09/2020, da Lei Aldir Blanc, e passou a receber recursos para realização dos espetáculos, através do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Sedac/RS. Com o auxílio financeiro, o projeto pôde ser planejado para abranger ainda mais artistas – ao todo, serão 400 profissionais da cultura envolvidos no projeto. O produtor do evento explica que o investimento dá prioridade para os participantes e que todos os artistas, diretores, designers, roteiristas, fornecedores e demais profissionais da produção serão beneficiados.
Realização e apresentação dos espetáculos
Os espetáculos do festival são gravados na Casa do Tambor, em Pelotas, respeitando todos os protocolos de segurança contra a Covid-19. O palco do Salve Arte está recebendo apresentações de diversas linguagens artísticas, como pintura, música, artesanato, cinema, literatura, dança e outros. As apresentações são exibidas a cada duas semanas, às terças-feiras, a partir das 20 horas, no canal do festival no Youtube .
Desde o dia 19 de janeiro, quando iniciou o festival, até 26 de abril, data que se encerra esta edição, 112 artistas locais, juntos de seus padrinhos e madrinhas (naturais de todo o país e também de fora do Brasil), terão suas artes eternizadas no palco virtual do festival. “Todos se surpreendem quando assistem um programa de WebTV que, em uma noite, conta a história de 14 artistas e mostra o trabalho de 20 trabalhadores da cultura”, avalia Xavier. Ao todo, 16 programas serão apresentados nesta edição. Entre os artistas que já participaram do Salve Arte estão Abigail Foster, Velho Abajour, Mister Negrinho e Simüniê.
De acordo com Kako, a experiência de produzir o festival tem sido um aprendizado acima da expectativa. O artista reforça, ainda, que o cenário cultural da região sul sempre foi difícil, e que a pandemia agravou ainda mais a situação e, por isso, o evento ajuda a construir novos olhares para a cadeia produtiva. “Ações como o Salve Arte Festival vêm para nos mostrar que é possível enfrentar uma batalha e sair vitorioso”, finaliza o produtor. Para ficar por dentro da programação e saber mais sobre o evento, basta conferir o site do Salve Arte e ficar de olho nas plataformas digitais do projeto.
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