Tédio em “Campo do Medo”

A atriz Laysla De Oliveira é a protagonista do filme lançado neste ano

Por Liziane Stoelben Rodrigues

Campo do medo(In the Tall Grass) é um filme de terror lançado neste ano pela Netflix. Em uma  viagem de carro, no Kansas, uma moça grávida e seu irmão escutam uma criança pedindo socorro em um matagal. Eles entram no terreno para ajudá-la e se perdem um do outro sem conseguirem voltar para a estrada. Sob direção de Vincenzo Natali, a obra foi escrita por Stephen King (autor de O Iluminado,  It- A Coisa e  Os Estranhos) e seu filho Joe Hill, que costumam inovar no gênero terror. Não foi diferente aqui, mas a produção peca em alguns aspectos, tanto que leva o filme a sensações diferentes que vão de medo e tédio em questão de segundos.

Mesmo que desde o começo do filme exista uma tensão sobrenatural, o filme trata de uma premissa simples, conta a história de dois personagens perdidos em um lugar incomum (um matagal). Depois, vai explorando o incômodo natural dessa situação, soltando pistas dos mistérios sobrenaturais do lugar. Posterior a isso, a narrativa dá uma reviravolta, o que antes era incômodo se transforma em desespero ao ponto que uma sucessão de fatos estranhos nos leva a uma experiência diferentemente cativante.

O terror está nas situações mais simples, como o fato de um personagem cair um tombo de um lugar alto e sem saber se ele está ou não vivo. Na sequência de fatos, os autores têm bastante espaço para desenvolver as histórias adaptadas de um livro (escrito pelo próprio Stephen King), mas sem estabelecer uma relação harmônica entre os diversos ingredientes da narrativa. A partir do momento em que certos personagens se encontram, algumas histórias externas vêm à tona e isso atrapalha o roteiro por apresentar muitas brigas e situações descartáveis para o todo do filme.

O problema está no vício de seguir os mesmos rumos de outras obras do gênero, ao ponto que algumas cenas são basicamente pessoas correndo sem nenhuma razão aparente, sem que exista nenhuma preparação do espectador para tal. A tentativa de criar um vilão para a história ser completa é equivocada por se tornar um pouco clichê para o terror proposto no filme.

A ideia da loucura de alguns personagens é bastante importante para o andar da história, porque pessoas em plena consciência não dariam nenhum seguimento ao desenrolar do filme. A continuidade é bastante confusa por trazer muitos elementos diferentes que, ao mesmo tempo, não são muito explicados, o que acaba comprometendo a coesão da história.

O filme faz uma breve insinuação de como a personalidade das pessoas é, de fato, trazendo argumentos como a pretensão do texto de mostrar que as pessoas têm lados e momentos diferentes. Nem sempre serão só boas ou ruins, mas, em tempos diversos, arrogantes ou justas, acessíveis ou intolerantes.

A produção acaba ficando desinteressante por tentar trazer muitas coisas ao mesmo tempo sem dar conta de quase nenhuma delas. Mas não deixa de ter pontos de profundidade e significado. O enredo atribuí ao imaginário do campo elementos que são possíveis estarem ali, como a pedra gigante, a plantação alta, diferenças climáticas e conflitos de localização entre os personagens.

Link para o site oficial do filme.

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COMENTÁRIOS

Muito ruim em todos o aspectos, sem contexto e sem história. Não consegui assistir nem até a metade.
Na verdade, de terror ali não tem nada.
Um filme psicológico.

Marina de Lima do Nascimento

 

 

 

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