Narrativa jornalística entre doses da mesa de bar

Por Lucian Brum

Famoso pela criação do jornalismo gonzo, o autor Hunter S. Thompson publicou “Rum: Diário de um Jornalista Bêbado” em 1998, depois de quase 40 anos com o texto engavetado. Tudo começa com a descrição de um bar. Digo tudo, porque a narrativa circunda entre doses relaxantes e reflexões à mesa do bar do Al. Lugar onde os jornalistas no Daily News usam como sala de reuniões existencial. Manter a consciência regada a rum parece ser o que há de mais propício em San Juan.

Paul Kemp é um jornalista que desembarca em Porto Rico vindo de New York. Um jornalista sempre está à procura de boas histórias, mas os que batem na porta Daily News não querem entender sobre o que irão escrever. Sem generalizar, mas por motivos óbvios, San Juan pode ser chamado de – um lugar ao sol. Ilha composta por praias de areias brancas e águas cristalinas.

Na imaginação universal o Caribe é um feriado. O jornalista Kemp foge da burocracia, da etiqueta e das ruas frias de Manhattan para procurar dar o sentido correto à sua profissão. Ver a história acontecer, interpretá-la e contá-la. Entre esses pormenores é claro: beber, mentir e transar.

Quando se mora num lugar ensolarado, sobra pouco tempo para o sono. Mas quem precisa dormir quando se vive a “sensação de ter o mundo nas mãos”. Essa sensação é mantida principalmente pelo idioma. O inglês proporciona trânsito entre diversos países que possuem imprensa de mesma língua. “Eu poderia ganhar a vida em qualquer lugar do mundo onde há um jornal escrito em inglês”, diz o fotógrafo Bob Sala.

Na epopeia de jornalistas solteiros e com disposição de encarar o acaso, a aventura de ganhar em perder amigos é um script repetitivo. A beleza de uma mulher sempre será motivo do início de guerras. O rum em abundância, um gatilho para a inspiração. Leia Hunter Thompson e se embriague com o romantismo do jornalismo, aquela que alguém disse um dia: a melhor profissão do mundo.

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