Mariana Florencio
Stranger Things, série produzida pela Netflix, foi um dos maiores sucessos do streaming on-line em 2015. Agora, a série de ficção científica e terror que trouxe os anos 80 de volta à moda, voltou para sua segunda temporada. Dirigida e produzida pelos irmãos Matt Duffer e Ross Duffer, co-produzida por Shawn Levy, a segunda temporada não decepcionará os fãs.
A primeira temporada deixou muitos questionamentos aos telespectadores, assim como um grande sentimento de nostalgias pelos anos 80. Após a explosão de Eleven (Millie Bobby Brown) junto ao Demogorgon e o resgate de Will (Noah Schnapp) do mundo invertido, os destinos dos personagens ficaram incertos e em aberto. Então começamos a segunda temporada de volta à cidade de Hawkins, exatamente um ano após os acontecimentos da primeira temporada.
Will tenta seguir normalmente sua vida com a ajuda de seus amigos Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo) e Lucas (Caleb McLaughlin), embora ainda sofra com as visões do mundo invertido, que ao longo dos primeiros capítulos se tornam mais frequentes. Cabe ao xerife Hopper (David Harbour) resolver o mistério que toma conta da cidade, quando diversas plantações começam a apodrecer do dia para a noite.
Assim, mergulhamos na nova trama da série, que pode ser dividida em três grandes blocos. No começo são respondidos alguns ganchos, reencontramos os personagens e a nova história se inicia. Na segunda parte vemos o desenrolar e as complicações do novo mistério e, por fim, na sua parte final, ela é resolvida. A série, então, constitui-se como um longo filme de nove horas que os fãs imergirem no universo científico da trama.
Porém a verdadeira paixão do público pela série está em seus personagens. Novamente somos agraciados pela ótima interpretação dos atores juvenis, que dão a leveza e a alma para a produção. Assim como a interpretação espetacular de Winona Ryder, mãe de Will. Todos os personagens ganham novos rumos, ações e núcleos que são muito bem desempenhados pelo elenco. Novas aquisições, como os irmãos Max (Sadie Sink) e Billy (Drace Montgomery), encontram espaço e trazem uma atmosfera mais real e palpável.
Após as apresentações iniciais, nos encontramos novamente em volta do grande mistério: o laboratório de Hawkins. Agora o Dr. Owens (Paul Reiser), tenta limpar a bagunça deixada pelo Dr. Martin Brenner (Matthew Modine), assim como ajudar Will a superar e ultrapassar seu passado com o mundo invertido. Porém, a tarefa não será fácil, com novas ameaças surgindo do fundo dos corredores do laboratório.
Em outro aspecto, ressurge Eleven. Nessa temporada, seu foco será em descobrir seu passado e suas origens. Como qualquer adolescente ela passa por momentos difíceis, ainda tendo que lidar com seus poderes. Em seu episódio solo – “A irmã perdida” – ela vai em busca de resposta e acaba encontrando alguém de seu passado, que poderá ajudar a descobrir-se. Esse episódio é muito criticado pelos fãs, que acharam que não havia necessidade dele. Porém, é interessante ver como os personagens podem crescer e desenvolver fora do seu núcleo.
Por fim, a série se foca mais nos relacionamentos dos seus diversos personagens, não havendo um foco principal como na temporada passada – com o desaparecimento de Will. Mas a produção continua firme e estável, desenrolando-se bem em volta de seus mistérios. Enxergamos o crescimento de muitos personagens, o surgimento de novas relações, que vão ser muitas vezes as bases de conflitos. No final, todos eles têm que se juntar de formas imprevisíveis para combater as novas ameaças que surgem de todos os lados. O medo em torno do mundo invertido cresceu, assim como seus personagens.
Stranger Things mantém-se firme e estável na sua segunda temporada, e com ótimas referências aos anos 80 – como os filmes Caça-Fantamas, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, O Exorcista e muitos outros sucessos do cinema, TV, música e games que marcaram a década. Ou seja, é algo muito prazeroso de se ver e suas nove horas passam muito rápido. E o melhor? A terceira temporada já está confirmada!
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