Bruna Silveira
Março de 2010, tempos sombrios em Pelotas, mês e ano em que a arte e a população pelotense perdiam a alma do espetáculo. Local… Praça Coronel Pedro Osório, ali reside o Theatro Sete de Abril.
Inaugurado em 2 de dezembro de 1833, tem sido palco de emoções há mais de 180 anos. Traz consigo uma história forte de riqueza e poder cultural. Inaugurado na época do ciclo econômico do charque, o Theatro foi casa frequentada por senhores poderosos e damas da sociedade pelotense, que, naquela época, usavam facilmente o linguajar francês. Foi visitado por Dom Pedro II – imperador que inspirou seu nome com a data de abdicação do trono de Dom Pedro I em nome do seu filho.
O ano era 1958, o Sete de Abril era palco de grandes companhias europeias e brasileiras que desbravavam o tablado da casa de espetáculos pelotense. O Theatro mais antigo do Rio Grande do Sul teve seu funcionamento interrompido, já tendo passado por várias reformas na segunda metade do século XIX, devido ao surto de urbanização na cidade.
Casa de espetáculos; dança; cinema e até mesmo alojamento de guerra, isto porque na segunda metade do século XIX aconteceu a Guerra dos Farrapos. As apresentações do Theatro foram suspensas, as luxuosas fantasias e máscaras foram substituídas pela farda. O recém inaugurado Theatro transformava-se em alojamento de soldados.
Hoje, fechado há sete anos para uma restauração, o Sete de Abril, Theatro símbolo de prosperidade, serve de abrigo para diversas manifestações culturais e até mesmo protestos, uma vez que acontecem diversos atos organizados pelo Facebook e por mobilizações da classe artística que clamam pela reestruturação do Theatro.
Um justo reconhecimento à importância do prédio e ao significado do Theatro que expressa sua beleza nas linhas da escultura neoclássica para o mundo artístico da Princesa do Sul. Mesmo de portas fechadas continua a ser abraçado pelos artistas da cultura brasileira. Viva, Sete de Abril.
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