O massacre econômico imposto à população brasileira parece não ter fim. A cada mês, um novo recorde de inflação desde o início do plano Real. As políticas adotadas pelo Ministério da Economia, através do ministro Paulo Guedes, que foi um dos principais carros-chefes da campanha que elegeu o governo Jair Bolsonaro, não estão sendo suficientes para amenizar a perda de poder de consumo dos brasileiros. Nesta quarta-feira, 11, mais um golpe no já sofrido orçamento doméstico da população: a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA) acumulou uma alta em abril de 12,13% da inflação em 12 meses, atingindo um índice de 1,06% no mesmo mês. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse é o pior índice em 26 anos. Vale lembrar que, em março de 2022, o IPCA já havia atingindo o maior patamar em 28 anos, subindo 1,62%. São recordes negativos atrás de recordes negativos da economia brasileira, comandada pelo ministro Paulo Guedes. Conforme os dados, em abril os principais fatores que causaram os altos índices foram: alimentação e bebidas com 2,06%, e os transportes com 1,91%. Apenas os dois grupos foram responsáveis por cerca de 80% do IPCA do mês.

Na categoria alimentos, a alta foi puxada principalmente pelo reajuste de alimentos para consumo no domicílio, chegando a 2,59%. O leite longa vida, por exemplo, teve alta de 10,31%. A batata-inglesa , por sua vez, subiu 18,28%, enquanto o tomate chegou aos 10,18%, o óleo de soja aos 8,24%, o pão francês aos 4,52% e as carnes a 1,02%.

Para evitar que a inflação siga subindo de forma assustadora, o Banco Central tem aumentado seguidamente os juros básicos. Na última reunião do Comitê de Políticas Monetárias (Copom), por exemplo, a taxa Selic foi elevada em 1%, saindo dos 11,75% para 12,75% ao ano, maior patamar desde 2017. No entanto, o que os brasileiros têm visto é o cenário perfeito para o atolamento em dívidas: sem dinheiro para manter o básico, acaba pagando juros altos para tirar empréstimos e usar recursos como cartão de crédito e cheque especial. A fórmula perfeita para o endividamento e a queda na areia movediça do déficit sem fim.