A Universidade Federal de Pelotas está prestes a se tornar geradora de parte de seu consumo de energia elétrica. Nas últimas semanas, estão sendo instaladas usinas de energia solar em três unidades da UFPel na cidade: Campus Anglo, Agência de Desenvolvimento da Bacia da Lagoa Mirim (ALM) e Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Ciências Humanas, Sociais, Sociais Aplicadas, Artes e Linguagem (Cehus).
São 13 usinas distribuídas nesses três locais, que gerarão um total nominal de 200 quilowatts de pico, sendo 75 no Campus Anglo e na ALM e 50 no Cehus. A operação do sistema deve ocorrer até novembro, quando os módulos fotovoltaicos já estarão todos instalados e testados e serão entregues para vistoria por parte da concessionária de distribuição de eletricidade.
As usinas contratadas geram a energia e entregam para o sistema elétrico, no qual estão integradas. “Nesse sistema, podemos instalar os módulos em qualquer local, mas obter o desconto em outro”, explica o engenheiro eletricista João Luis Ramos, ligado à Coordenação de Obras e Projetos para Estrutura Física da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento.
No entanto, a escolha dos pontos a receber a estrutura foi estratégica, conforme explica o engenheiro eletricista Liader Oliveira, especialista em Eficiência Energética ligado ao Laboratório de Conforto e Eficiência Energética (LABCEE) e ao Laboratório de Inspeção de Eficiência Energética em Edificações (LINSE) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPel. A Agência Lagoa Mirim foi escolhida, por exemplo, devido ao fato de ter uma ligação de baixa tensão, o que aumenta o preço da energia consumida. Outros fatores envolvidos na escolha dos locais é o de apresentar uma boa insolação, com pouco sombreamento, e ter uma orientação preferencial para o norte, o que gera mais energia com menos módulos.
“A captação da energia luminosa do sol, transformada em energia elétrica, trará um impacto positivo, de economia na conta de luz da nossa Universidade”, comemora a reitora da UFPel, Isabela Andrade.
De fato, cálculos do laboratório apontam que, em um ano típico, as usinas instaladas podem gerar até 4% do consumo de toda a Universidade, o que traz uma economia que pode chegar a R$ 250 mil. Considerando que o gasto com o sistema foi de cerca de R$ 1 milhão, o resgate do investimento pode ser feito em cerca de quatro anos e meio. A vida útil dos módulos é de 25 anos.
A previsão é que o Campus Anglo consuma toda a energia gerada; no entanto, segundo Oliveira, considera-se que os outros dois pontos produzam um excedente. “Essa sobra é convertida em crédito”, explica ele; esse bônus pode ser acumulado para meses seguintes ou ser descontado em contas de energia de outras instalações feitas sob o mesmo CNPJ.
A instalação dos painéis fotovoltaicos teve financiamento direto do Ministério da Educação, que, em 2019, realizou um repasse para as instituições federais de ensino superior com o fim específico de uso na energia solar. O projeto encomendado pela UFPel teve um atraso ocasionado pela pandemia de Covid-19. Para complementar o valor necessário, houve o aporte de valor advindo do Orçamento Participativo da UFPel.
Eficiência e sustentabilidade
Na opinião do coordenador de Obras e Projetos para Estrutura Física, Cleidi Victoria, além de gerar economia para a UFPel, a adoção do sistema de geração solar de energia faz com que a instituição participe desse processo de inovação.
A opinião é compartilhada por Oliveira: “Se não usarmos o sol, essa energia se perde”. Além disso, ele destaca que, como a eletricidade é gerada no próprio local de consumo, não há o custo com o transporte da energia.
Mas, segundo ele, a ideia é ir além da geração, causando cada vez menos impacto: “Temos que deixar o sistema eficiente”. Por isso, estão sendo investidos recursos em iluminação do tipo LED e em sensores de presença.
Integrado por diversas IFES, o contrato de instalação das usinas permite a ampliação da quantidade de módulos instalados em qualquer momento de sua vigência, o que significa que há a chance de que novos pontos recebam usinas. Além disso, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e o Centro de Artes já tem projetos aprovados junto à empresa de energia para instalação de unidades, por meio de programas de eficiência energética da própria concessionária.
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