Fonte: Canal Energia – 11.09.2018
Por: Mariane Santos *
Brasil – Governos e corporações são grandes responsáveis pelo aumento da demanda de consumo de energia. De acordo com a US Energy Information Administration (EIA), o consumo mundial aumentará em 28% até 2040. O crescimento é retrato do aumento do consumo de energia per capita de países em desenvolvimento, aumento da população mundial, dentre outras questões sociais e econômicas. Apesar da tendência de busca por implantação de fontes renováveis, as fontes mais usuais como: nuclear, carvão mineral, etc.; ainda serão responsáveis por três quartos do consumo mundial, segundo dados do mesmo órgão.
Diante desse cenário, há uma grande pressão sobre os gestores de energia para melhorar a matriz energética de suas organizações sem alterar os custos já presentes, atingindo aspectos abordados pelos conceitos da Triple Bottom Line, que traduz a ideia de que a sustentabilidade precisa abranger aspectos ambientais, econômicos e sociais de forma integrada, para que os resultados de uma empresa sejam avaliados pelo mercado e pela sociedade de forma completa.
Entre debates sobre como conseguir alcançar os objetivos de redução do consumo de energia, pautas voltadas para a eficiência energética e energia renovável são apresentadas e muitas vezes recebem a mesma conotação. Isso nos traz a seguinte reflexão: realmente esses dois temas tem o mesmo significado? A resposta é não, mas podem sim ajudar as empresas a operarem de forma mais sustentável, reduzirem custos, diminuírem a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e mitigarem riscos.
Entendendo mais sobre eficiência energética e energia renovável
O consumo de energia e utilidades representa hoje um dos maiores custos de produção para muitas empresas.
Uma primeira solução para o problema é implementar ações com foco em eficiência energética, envolvendo ajustes no chão de fábrica para eliminar desperdícios, manutenção e eventual substituição de equipamentos, além da melhoria dos processos de gestão de energia e utilidades.
Uma outra abordagem envolveria a revisão da própria matriz energética da organização, considerando a possibilidade da adoção de fontes renováveis. São várias as opções, dentre elas a geração solar, hídrica, eólica, etc. Estas soluções utilizam insumos naturalmente disponíveis (mas com importantes restrições ao uso, como é o caso da água), trazendo assim menor impacto ambiental, mas com custos de instalação e manutenção ainda elevados.
Fontes antes consideradas “limpas”, hoje são muitos criticadas devido ao seu impacto ambiental e social. Vejamos alguns exemplos:
– Energia eólica: poluição visual e sonora devido à constante rotação das hélices, além do risco para as aves;
– Energia solar: apesar de ser uma fonte abundante, os sistemas baseados em energia solar dependem de tecnologias de coleta e armazenamento, cuja produção tem significativa pegada ambiental (mineração, processo produtivo e resíduos com materiais pesados);
– Energia das marés: alterações na velocidade e intensidade das ondas podem provocar erosões na costa ou próximos a ela;
– Energia biogás: armazenamento do biogás é custoso e há riscos de vazamento e emissão de poluentes tóxicos;
– Energia hidrelétrica: dependendo da extensão da área alagada, podem ser significativos os impactos ambientais (pela emissão de gases de efeito estufa) e sociais (pelo deslocamento de populações locais).
Diferentes iniciativas, como as de eficiência energética, substituição da matriz energética e novas fontes renováveis, contribuem diretamente para o aumento da complexidade de gestão, trazendo para as áreas de gestão de energia das empresas grandes desafios em seu dia a dia, como a capacidade de gerir o volume de informações entregues, e de trabalhar em uma rotina integrada, para que seja possível alcançar as metas do planejamento.
A gestão de energia e utilidades e sua contribuição na eficiência energética de uma empresa
A tendência é que a gestão de energia e utilidades de uma empresa se torne cada vez mais complexa. As empresas se comprometem hoje com níveis cada vez menores de consumo de energia em diversos contratos empresariais, exigindo um controle praticamente em tempo real da produção e do planejamento da organização. Diante desse cenário, é necessário que a gestão de energia englobe rotinas, planejamento e gestão orçamentária para que a área alcance os resultados desejados.
Pensando em rotinas de gestão, é importante promover o monitoramento dos equipamentos para entender o seu funcionamento e programar a melhor forma de utilização, bem como rastrear incidentes mitigando os riscos de produção, controlar a emissão de poluentes na atmosfera e integrar os sistemas operacionais, financeiros e de gestão.
Para planejamento e gestão, o controle vem através da previsão futura de consumo, gestão de contratos de energia e utilidades, controle de faturas, e simulação de cenários futuros, agregando informações para um planejamento mais consistente com a realidade operacional e orçamentária da empresa.
* Mariane Santos é Analista de Marketing da Viridis.
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