Neutrinos são partículas subatômicas desprovidas de carga elétrica, extremamente leves e que existem em enorme abundância na natureza, e que são detectados em enormes experimentos, como o IceCube. Este experimento usa um quilômetro cúbico da camada de gelo da Antártida para detectar neutrinos cósmicos de fora do sistema solar. Mas será que todos são neutrinos cósmicos ou são formados na nossa atmosfera? A resposta foi destaque na Physics World, uma das principais revistas de Física do mundo, que trás todos os meses destaques dos principais artigos científicos na área.
A resposta foi obtida pelo Prof. Dr. Victor Gonçalves do PPGFís da UFPel, em colaboração com os Profs. Antoni Szczurek e Rafal Maciula da Academia Polonesa de Ciências, observou-se a produção de neutrinos atmosféricos de alta energia e sua contribuição para o fluxo de neutrinos medido pelo Observatório IceCube, publicado na European Physical Journal C (disponível neste link), recebeu destaque na Physics World (disponível neste link). A reportagem enfatiza que os resultados obtidos por estes autores indica que parte dos neutrinos medidos pelo IceCube pode ter origem atmosférica e estar associada a presença de quarks charm no interior dos prótons presentes nos raios cósmicos que colidem com a atmosfera. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão depois de usar os dados do IceCube e os resultados do Large Hadron Collider (LHC) no laboratório do CERN em Genebra para tentar determinar a extensão de qualquer charme intrínseco dentro dos prótons. Em contraste com a imagem simples de prótons sendo compostos de dois quarks up e um quark down unidos por glúons, os físicos agora sabem que eles também contêm um mar de pares quark-antiquark que surgem de flutuações quânticas. No entanto, exatamente que fração desses quarks são quarks charm continua sendo assunto de debate. Os estudos realizados pelos pesquisadores considerando as observações do IceCube apontam essa probabilidade é de cerca de 1,5%.
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