Dando continuidade ao tratado no vídeo anterior, sobre a importância dos portos para o desenvolvimento de nossas cidades, referimos à pesquisa de mestrado de Elvis Simões sobre os Arrumadores do Porto de Rio Grande – RS. Esta categoria de trabalhador atuava junto com os trabalhadores portuários de capatazia no transporte da mercadoria até os navios. Todavia, diferentemente dos portuários, os arrumadores podiam atuar tanto no Porto como na indústria e no comércio. Isto ocorria devido a determinação legal de 1 de abril de 1954 que reconheceu a categoria e flexibilizava sua forma de atuação. No doutorado, Simões estuda a trajetória de Antônio Nailem Espindola, um trabalhador portuário de Rio Grande que migrou em 1957 para essa cidade, assim como tantos outros trabalhadores do meio rural que buscavam melhores condições de vida. Conforme sua fala, decidiu-se pela respectiva cidade, tanto por já possuir familiares, mas principalmente pela oportunidade de trabalho, que era maior que em Pelotas. O Porto de Rio Grande e de Pelotas, é parte constitutiva fundamental da logística produtiva da urbe. Em ambos locais o setor portuário se destinava ao mercado interno e externo, permitindo o recebimento de matéria prima para a produção nas indústrias, bem como o escoamento da produção final. Não somente isso, também empregava diretamente um contingente significativo de trabalhadores para efetivação de suas atividades. Portanto, estudar e destacar as relações entre Porto e sociedade é fundamental para compreender o ciclo produtivo da cidade.