Descubra o panorama da Aviação Regional no Estado a partir de dados da ANAC.
A Agência Nacional de Aviação Civil, criada em 2005, disponibiliza de modo aberto estatísticas sobre o transporte aéreo.
Ter boa conectividade aérea é importante para um destino turístico, pois lhe permite ampliar a área de abrangência de sua demanda. Outro ponto é que o terminal não serve apenas ao município em que se localiza, mas a uma região mais ampla.
Voos domésticos
No Rio Grande do Sul o principal terminal aéreo é o Aeroporto Internacional Salgado Filho (SBPA, pelo código ICAO, ou POA, pela IATA), desde 2017 concessionado à Fraport. Em 2022, foi o 8º aeroporto brasileiro em passageiros domésticos, sendo o destino de 3.097.480 passageiros pagantes, ou 3,7% de todos aeroportos do país. Mesma posição que ocupava em 2000, quando recebeu 1.037.750, ou 3,9% dos passageiros domésticos pagantes do Brasil. O gráfico a seguir mostra a evolução da série.
Aeroportos regionais
Além do Salgado Filho, os principais terminais de passageiros com vôos comerciais regulares do RS são: Caxias do Sul (SBCX, CXJ); Passo Fundo (SBPF, PFB); Pelotas (SBPK, PET); Santa Maria (SBSM, RIA); Santo Ângelo (SBNM, GEL) e Uruguaiana (SBUG, URG).
O gráfico mostra a série do número de passageiros que chegaram a esses terminais. Embora com dados parciais até outubro, 2023 apresenta um número maior de passageiros do que outros anos da série em alguns casos.
A última imagem permite ver a predominância de Caxias do Sul ao longo da série, seguido por Passo Fundo, enquanto os outros operam em menor escala. Um fator com influência nesta alta recente após a pandemia foram ações do Programa Estadual de Desenvolvimento da Aviação Regional (PDAR-RS), que em 2019 flexibilizou as formas de operação permitidas às companhias aéreas e reduziu a alíquota sobre o combustível das aeronaves. Anteriormente, em 2015 o Estado investira na melhoria dos terminais de Santo Ângelo, Passo Fundo, Caxias do Sul e Vacaria. Além disso, cabe mencionar a 6ª rodada de concessões aeroportuárias da ANAC, ocorrida em 2021, em que estavam os terminais de: Bagé, Pelotas e Uruguaiana.
O gráfico a seguir demonstra a porcentagem de passageiros pagantes em voos para o Rio Grande do Sul em terminais que não o de Porto Alegre.
É possível notar diferentes fases pelas quais passou a aviação regional, o que tem relação com diversos fatores entre os quais à dinâmica empresarial, com a ascenção e queda de diferentes companhias, bem como das regulações e políticas setoriais. Entre 2019 e 2023 – embora com dados parciais-, houve o aumento de 235.022 para 314.673 passageiros, ou 33%, em aeroportos regionais. Com isso, a proporção de passageiros pagantes com destino ao Rio Grande do Sul nestes aeroportos saiu de 5,52% em 2019 para 9,06% em 2023, desconsiderando a retração no período pandêmico. O que representa uma tendência de desconcetração da oferta aérea rio-grandense.
As companhias aéreas
Considerando o ano de 2023, existem seis companhias aéreas operando voos para o Rio Grande do Sul.
Um modo de avaliar a sua participação é pelo número de destinos atendidos. Neste quesito a Azul, seja em operação própria (7) ou mediante a Azul Conecta (6), é a empresa com maior capilaridade. O que pode ser conferido no gráfico:
O número de quilômetros transportados por passageiro pagante (RPK) é outro modo de avaliar o mercado aeroviário. Neste caso, destacam-se empresas que operam com voos maiores em maiores distâncias, como a GOL. O que pode ser visto no seguinte gráfico:
Dados
A fonte dos dados é o portal da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), estão disponíveis em : https://sistemas.anac.gov.br/dadosabertos/Voos%20e%20opera%C3%A7%C3%B5es%20a%C3%A9reas/Dados%20Estat%C3%ADsticos%20do%20Transporte%20A%C3%A9reo/Dados_Estatisticos.csv
Considerou-se apenas as chegadas aos aeroportos de passageiros pagantes, o que difere da movimentação total ao não contemplar dados sobre partidas, bem como os passageiros não pagantes.