Também conhecida como Relativismo Linguístico, a Hipótese Sapir-Whorf, que estamos estudando no grupo de pesquisa, explora a relação entre língua e pensamento. Mais especificamente, como as línguas que sabemos podem afetar o modo como nos lembramos das coisas ou em que prestamos atenção.
A Hipótese baseia-se em duas ideias principais:
- Diversidade Linguística: as línguas diferem entre si, tanto no nível estrutural quanto no conceitual;
- Relatividade Linguística: as línguas podem influenciar o modo como pensamos;
Wilhelm von Humboldt via as línguas como sistemas de interpretação da realidade. Isso não quer dizer que diferentes línguas representem diferentes mundos, mas que a estrutura e o vocabulário de uma língua podem fazer seus falantes notarem e expressarem certos aspectos da realidade com mais detalhe ou frequência do que os falantes de outra língua.
A teoria é especialmente relevante nos estudos do Multilinguismo porque pode ajudar a compreender fenômenos como a transferência conceitual – quando o modo de pensar em uma língua afeta como nos expressamos em outra, e a investigar como aprendemos novas maneiras de entender e expressar conceitos como cor, tempo, espaço, movimento, gênero, dentre outros.
Referências
BASSETTI, Benedetta; COOK, Vivian. Language and Billingual Cognition. Londres: Psychology Press, 2010.
PAVLENKO, Aneta. The Bilingual Mind: and what it tells us about language and thought. Cambridge: Cambridge University Press, 2014.
FERREIRA, Renan Castro; MOZZILLO, Isabella. Transferência Conceitual: O Relativismo Linguístico na Aprendizagem de Segunda Língua. Alfa: Revista de Linguística (São José do Rio Preto), v. 65, e12799, 2021.