Na onda do vinil, em 2014 o Mercado de Pulgas deu destaque a “bolachões”
Por Diego Krüger
O Mercado das Pulgas de Pelotas foi um evento destaque do ano de 2014. Dando importância a venda e troca de objetos antigos e usados, no mês de janeiro e fevereiro a feira sairá do mercado central para se concentrar na praia do Laranjal. O grande destaque entre as antiguidades do ano passado foram os discos de vinil, que estão em alta no mercado brasileiro e internacional nos últimos anos.
Em 2013, a Nielsen SoundScan, sistema de informações que contabiliza os resultados dos mercados fonográficos americano e canadense, apontou que o crescimento da venda dos discos de vinil nos dois países foi de 33,5% só no primeiro semestre do ano passado. No Reino Unido, o aumento foi de 78% apenas nos primeiros três meses de 2013. A Polysom, única fábrica de long plays (LP) da América Latina, anunciou um crescimento de 126% nas vendas de discos nos meses de março e abril. No ano passado, a fábrica carioca vendeu cerca de 59 mil unidades, entre LPs e compactos. Na comparação entre janeiro e maio deste ano com a mesma época em 2013, há um aumento de 81% nas vendas.
Marco Cunha, um dos idealizadores do Mercado de Pulgas, vende discos de vinil há 15 anos em Pelotas e é dono da Woodstock, tradicional loja de discos usados na cidade, e credita o aumento na procura por LPs, em grande parte, às das reedições. Muitos antigos colecionadores, a partir delas, retomaram suas coleções. A participação no Mercado das Pulgas, segundo ele, é algo que ajuda a divulgar seu acervo e também atrai novos clientes.
Apesar do tempo não ter ajudado, apresentando sábados de aspecto nublado e às vezes chuvosos, o Mercado de Pulgas vem sendo um sucesso, atraindo os fiéis colecionadores viciados na arte de garimpar por discos raros. Ao que parece, a feira vem seguindo as tendências já consolidadas nas grandes capitais.