Marroni está na briga pela prefeitura de Pelotas
Esta reportagem apresentará um breve perfil de uma das principais postulantes ao cargo de prefeito da cidade de Pelotas, Miriam Marroni, que representa o Partido dos Trabalhadores (PT), uma das mais importantes instituições partidárias de nosso país nas últimas décadas.
Miriam atualmente é deputada estadual, cumprindo o seu segundo mandato na Assembleia Legislativa. Anteriormente, havia sido vereadora em quatro legislaturas. Começou sua atuação política nos anos 1980, quando militava no movimento sindical dos funcionários da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Em 1990 foi escolhida a primeira mulher presidente da Associação dos Servidores da Universidade Federal de Pelotas (ASUFPel).
Miriam destacou-se na luta pelos direitos humanos e contra a violência doméstica, além de advogar no sentido da melhoria no tratamento aos usuários do crack. Com essa bagagem, sua escolha como postulante ao cargo máximo do Executivo municipal foi respaldada pelos militantes do PT. Miriam fez história no momento em que aceitou a indicação, pois pela primeira vez desde 1996 o Partido dos Trabalhadores não terá como seu candidato o deputado federal Fernando Marroni, marido de Miriam.
Os principais pontos do plano de ação da candidata estão concentrados na área da educação, saúde e segurança. Assim, para melhorar a qualidade do serviço de saúde oferecido à população, a candidata pretende garantir a presença de médicos em todos os postos de saúde do município e também almeja dotar estes postos com equipamentos que permitam a realização de exames mais simples. A estrutura dos postos de saúde seria melhorada com a ampliação, reforma e construção de novas unidades de atendimento médico.
Na área educacional, a candidata pretende ampliar as creches, estabelecer a escola de turno integral, aumentar o montante do orçamento municipal destinado à educação e ao mesmo tempo criar uma comissão que debata com o Sindicato dos Municipários da cidade de Pelotas (SIMP) a implantação de um Plano de Carreira e do Piso Nacional do Magistério, que serviriam para valorizar os servidores da cidade.
Enquanto isso, a segurança dos cidadãos de Pelotas seria viabilizada pela integração da Polícia Civil, Brigada Militar, Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros, um esquadrão que seria responsável pelo retorno da tranquilidade à nossa urbe.
Mas a realização de todos esses projetos depende da vitória de Miriam Marroni nas eleições de 2 de outubro. E para sair-se vencedora deste pleito, a candidata petista precisa desvencilhar-se de alguns obstáculos que teimam em atrapalhar sua caminhada. A primeira pedra no sapato de Miriam é a candidatura que representa a atual administração, que, utilizando-se do velho estratagema de transformar a cidade em um canteiro de obras e recebendo apoio dos principais veículos de mídia de Pelotas, desponta com certo favoritismo para o início de outubro.
Outro senão é a difícil situação que o PT vive em plano nacional, derrubado do poder e com a imagem maculada por inúmeros escândalos de corrupção e uso abusivo do poder. A legenda vive seu momento mais negativo e a conhecida garra de seus militantes nos períodos eleitorais talvez não seja tão notada ou decisiva na vindoura votação.
E, finalmente, o obstáculo mais complicado de driblar, que é a rejeição que o PT, e mais exatamente o deputado e ex-prefeito Fernando Marroni, tem entre boa parte do eleitorado pelotense. Fernando concorreu nos últimos cinco pleitos municipais e venceu apenas uma vez, em 2000, quando bateu Leila Fetter. Nas outras ocasiões foi derrotado por José Anselmo Rodrigues, Bernardo de Souza, Fetter Jr e pelo atual prefeito, Eduardo Leite. O marido de Miriam conseguiu a proeza de vencer duas vezes o primeiro turno das eleições (2004 e 2008) e, mesmo assim, acabar sendo fragorosamente derrubado no segundo turno destes pleitos.
Miriam precisará desvincular sua imagem política da atuação do marido, visto muitas vezes como um homem vaidoso e arrogante e que, quando foi prefeito, teve uma gestão polêmica, em que o destaque negativo ficou por conta do achincalhe que promoveu contra o funcionalismo público pelotense.
É contra tudo isto que Miriam deverá lutar se quiser colocar em prática seu plano de governo a partir de 1 de janeiro de 2017.