Escócia vota pelo não e Reino Unido continua forte
Por Gabriel Bresque
Uma das principais forças da Europa, o Reino Unido é formado de 4 países. Escócia, Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte fazem parte de uma união politica com o objetivo do crescimento politico e tem um parlamento central, responsável pelas decisões econômicas e politicas dos países envolvidos. Desde a crise econômica de 2008, o grupo tomou uma série de decisões conversadoras, para defender a força coletiva. Na contramão dessas decisões, a Escócia cresceu graças a exploração de petróleo do Mar do Norte e seu primeiro-ministro, Alex Salmond, criou um programa em 2012 para separar o país da Inglaterra. Depois de dois anos de tramitação do programa e campanhas contra e a favor, o povo escocês foi as urnas nessa quinta (18) para votar pela independência, e a maioria decidiu pelo não, mantendo o país no grupo.
Porém, o plebiscito causou uma grande comoção econômica no mundo. O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, defendeu a manutenção da Escócia no Reino Unido durante todo o processo da votação e ofereceu diversas vantagens para o país caso se mantesse no grupo. Isso aconteceu porque o Reino Unido hoje vive uma situação econômica complicada, ainda se recuperando da última crise de 2008 e tem na Escócia como uma força importante nessa recuperação.
O por quê do não
O projeto foi defendido pelo Salmond porque o Partido Nacional acreditava na capacidade do país se sustentar sem o resto do grupo. O Pais que é marcadamente liberal, tem 55 representantes no parlamento britânico, porém suas principais lideranças manifestaram grande descontentamento com as decisões conservadoras de David Cameron. Porém, mesmo com a certeza dos seus lideres, o povo escocês não se convenceu da capacidade da Escócia de sobreviver fora do Reino Unido e contestou a necessidade dessa separação. O maior argumento daqueles que eram a favor da independência, o petróleo do Mar do Norte, já está na metade de sua capacidade e se tornou um produto de cara manutenção. Além disso, os gastos que seriam necessários para reconstruir a politica e o parlamento do país beiravam 2 bilhões de libras, um gasto que era considerado por muitos desnecessários.
Outro ponto importante para que 55% dos escoceses votassem pelo “não”, foram as medidas oferecidas pelo parlamento britânico para a manutenção da Escócia. Oferecendo mais força política e vantagens na obtenção dos serviços públicos compartilhados, David Cameron conseguiu convencer muitos escoceses de que o risco da independência não valia o que seria conquistado.
Futuro
Logo após o resultado negativo, Alex Salmond pediu resignação pública do cargo de primeiro-ministro da Escócia. Se no país da votação o clima é de transição política interna, o mercado financeiro internacional respirou aliviado após o resultado. O grande medo era uma quebra na economia do Reino Unido e horas antes da votação, a libra e o euro registraram quedas importantes, causadas pela indecisão do que aconteceria com a moeda escocesa. O não devolveu a certeza do ritmo de crescimento do Reino Unido e incentiva a manutenção dos planos que foram colocados em execução para a recuperação britânica, dando novo equilíbrio à economia mundial.
Após chegar perto de quebrar, o Reino Unido volta a juntar suas peças e dá sinais de que, apesar dos votos a favor da independência da Escócia, ainda é uma união forte e estável. David Cameron quer um Reino Unido mais concentrado e forte, e aposta no lema “unidos somos mais fortes” para comandar uma das principais forças mundiais, que se prepara para uma nova página de sua longa história.