Dominic Thiem vence Roger Federer e conquista o primeiro Masters 1000 de sua carreira
Dominic Thiem vence o primeiro Masters 1000 da carreira e torna-se o quarto melhor tenista do mundo. Imagem: Divulgação/ ATP Tour.
Por Luís Artur Janes Silva
No último domingo (17), tivemos a final do Masters 1000 de Indian Wells, o primeiro dos nove torneios desta série, que serão disputados durante a temporada. Roger Federer, que havia conquistado recentemente o centésimo título de sua carreira, enfrentou o austríaco Dominic Thiem, que vinha perseguindo um troféu de primeira ordem no circuito da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). Agressivo e com boas devoluções, Thiem teve calma para reverter o placar desfavorável, e vencer o suíço por dois sets a um, com parciais de 3-6, 6-3 e 7-5.
O Masters de Indian Wells é disputado desde 1987 e tem como seu maior vencedor, o genial Roger Federer, que abocanhou cinco títulos (2004, 05, 06, 12 e 17). Além disso, Federer tinha três vice-campeonatos neste Masters 1000, antes da decisão deste domingo. Na edição de 2019, Indian Wells reuniu 96 tenistas na sua chave principal, que se enfrentaram em sete rodadas. Os trinta e dois cabeças de chave, entraram apenas na segunda rodada do torneio.
Sem contar com o campeão de 2018, o argentino Juan Martin Del Potro, o campeonato teve as inevitáveis surpresas, sobretudo, a partir da segunda rodada. Assim, Stefanos Tsistsipas foi facilmente batido pelo ascendente Felix Auger-Aliassime, mesmo destino da revelação croata Borna Coric, que foi eliminado por Ivo Karlovic. Além destes, a derrota prematura atingiu o australiano Nick Kirgios, o espanhol Roberto Bautista Agut e o inconstante italiano Fabio Fognini.
Na terceira rodada, tivemos as duas maiores surpresas da competição, que vitimaram Novak Djokovic (4 títulos em Indian Wells) e Alexander Zverev, respectivamente, o melhor tenista do mundo e o terceiro do ranking. Djokovic perdeu para o alemão Phillip Kohlschreiber, que havia vencido o sérvio em apenas uma oportunidade anterior. Já Zverev foi massacrado pelo compatriota Jan-Lennard Struf, que aplicou dois sets a zero, com as inacreditáveis parciais de 6-3 e 6-1.
A fantástica terceira rodada de Indian Wells traiu outros dois jogadores do Top 10 do mundo. O japonês Kei Nishikori e o croata Marin Cilic foram derrotados neste fase e deram adeus ao campeonato. Neste mesmo estágio do torneio, Federer, que não havia sido ameaçado no seu primeiro jogo, reeditou a final de 2017, contra o compatriota Stan Wawrinka, que foi batido por dois sets a zero (6-3 e 6-4).
O Masters de Indian Wells esquentou de vez, a partir das quartas de final, quando Federer eliminou o polonês Hubert Hurkacz. Além do passeio do tenista suíço, tivemos a vitórias do canadense Milos Raonic sobre o sérvio Miomir Kecmanovic, a grande e grata surpresa deste torneio. Já o espanhol Rafael Nadal, teve enormes dificuldades para vencer o russo Karen Khachanov, que foi derrotado em sets seguidos e com parciais apertadas (7-6, 7-6).
Nas semifinais, Nadal alegou estar lesionado e não entrou em quadra para enfrentar Roger Federer, que garantiu vaga na final. Enquanto isso, Thiem suou a camisa para vencer Raonic, num jogo de três sets, com parciais de 7-6, 6-7 e 6-4.
A FINAL
Roger Federer foi avassalador no set inicial, quebrando o serviço do austríaco logo no segundo game da partida. Quando triunfava com facilidade, Federer bobeou e perdeu o saque para um agressivo Thiem, mas recobrou o controle do jogo no game seguinte e devolveu a quebra, encaminhando a vitória por 6-3.
O segundo set começou a ser decidido no terceiro game, momento em que Federer teve a chance de quebrar o saque de Thiem, mas falhou e permitiu que o austríaco derrubasse o seu saque no game seguinte. Dono das ações, Dominic Thiem administrou a partida e devolveu a parcial de 6-3.
No set decisivo, o equilíbrio foi a tônica até o décimo primeiro game, quando Thiem conseguiu quebrar o serviço de Federer, que falhou neste quesito no oitavo game. Se tivesse concretizado a quebra naquele momento, Federer teria feito 5-3, dando um passo gigantesco no sentido da conquista do título. Mas Thiem evitou a derrota e teve forças para ser perfeito na devolução dos golpes de Federer, no citado décimo primeiro game. Calmo, o austríaco sacou com perfeição no game seguinte à quebra e definiu a partida, garantindo o seu 11º troféu no circuito da ATP. Além disso, venceu o seu primeiro Masters numa quadra dura, piso que não é o seu preferido. Afinal, Thiem é especialista no saibro, rivalizando com o mito Rafael Nadal.
Com a vitória no Masters de Indian Wells, Thiem sai do oitavo posto no ranking mundial e passa a ser o quarto tenista do planeta. Enquanto isso, o suíço Roger Federer, cai uma posição e vai para o quinto lugar na lista dos melhores do tênis.
INDIAN WELLS ENTRE AS MULHERES
Na final feminina do Masters, a canadense Bianca Andreescu, surpreendeu o mundo e bateu a alemã Angelique Kerber, oitava cabeça de chave da competição. Andreescu venceu por dois sets a um (6-4, 3-6, 6-4) e vai melhorar sua posição no ranking mundial, saindo do 60º para o 24º posto na lista.
A canadense cresceu de produção a partir das quartas de final, quando passou pela espanhola Garbiñe Muguruza, ex número um do mundo. Na fase seguinte, bateu a ucraniana Elina Svitolina, sexta cabeça de chave do certame. Assim, a vitória na final foi consequência direta da melhora de produção da canadense, que sobrou na reta final do campeonato.
INDIAN WELLS PARA OS BRASILEIROS
A participação brasileira em Indian Wells ficou restrita aos duplistas Marcelo Melo e Bruno Soares, que atuaram ao lado de seus respectivos parceiros, o polonês Lukasz Kubot e o britânico Jamie Murray.
Soares e Murray foram derrotados logo na estreia, pelo canadense Denis Shapovalov e o indiano Rohan Bopanna (lenda das duplas), em sets diretos. Já Marcelo Melo e Lukasz Kubot chegaram à final do torneio, sendo derrotados pela dupla formada pelo argentino Horacio Zeballos e o croata Nikola Mektic, que venceram por dois sets a um (4-6, 6-4, 10-3). Cabe lembrar que, nas semifinais, Melo e seu companheiro, derrotaram a dupla formada por Novak Djokovic e Fabio Fognini, grandes nomes das chaves de simples do tênis, mas com raras participações nas duplas.
