Dias mais frios afetam a rotina dos gaúchos

Por Karina Vaz, Luiza Meirelles e Yasmin Yunes

O inverno recém começou e o frio já está deixando os gaúchos com vontade de não sair de casa. A estação mais fria do ano, que começou no dia 21 de junho, promete ser bem intensa no Estado. Com as frequentes variações de temperaturas, as chances de contaminar-se com alguma doença aumentam por causa da umidade elevada do ar. “Tem pessoas que ficam com a imunidade baixa e, ao ter contato com frio e ar condicionado, ficam com renite, sinusite, alergias, bronquite e asma”, explica a técnica em Enfermagem da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas, Morgana Urrutia.

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Foto: Reprodução (http://goo.gl/8jBDcf)

Atividades Físicas

E, claro, que para cuidar da saúde e evitar doenças nada melhor que praticar exercícios físicos. Manter o corpo em forma exige disciplina, cuidado e muita força de vontade – especialmente nos dias mais frios. Porém, durante a temporada de inverno, é possível adaptar a rotina de atividades físicas e cuidar para não haver lesões na hora de se exercitar. Segundo o estudante de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Felipe, o aquecimento para iniciar qualquer atividade no inverno ganha uma árdua importância porque além de aumentar a temperatura corporal, ele lubrifica as articulações acarretando numa prevenção para possíveis lesões. “Uma ótima maneira de aquecer é combinando um alongamento dinâmico – sendo movimentos corporais que exploram uma grande amplitude articular, realizados de forma lenta e em diversos planos – combinado com o tradicional trabalho cardiovascular na esteira ou bicicleta numa intensidade de leve a moderada – por 15 minutos – antes de iniciar-se a parte principal do exercício físico.”

Para o estudante não existe uma atividade ou exercício físico mais indicado para praticar-se durante o inverno. O que deve existir é uma precaução e atenção à adaptação do corpo em função das condições climáticas que será desenvolvida. “Na natação, por exemplo, se a mesma não for praticada numa piscina térmica, a atividade fica praticamente inviável, pois as temperaturas corporais e do ambiente podem entrar em choque e causar a chamada hipotermia”, explica. Para Felipe, hidratar-se antes e depois da atividade física é essencial, pois como no verão, o corpo também perde líquido através da transpiração.

Cuidados

E não é apenas com as lesões decorridas de um mau aquecimento que as pessoas devem tomar cuidado. No inverno, a saúde também fica mais fragilizada. “As pessoas devem se prevenir de pegar frio ao sair para a rua – como tomar banho quente e sair para o frio -, com pouca roupa, sair com cabelos molhados após o banho, estar em casa com ar quente – como estufas ligadas – e sair para o frio. Evitar andar com os pés descalços”, alerta Morgana. Segundo o professor de Educação Física, Vinicius Vaz, as pessoas idosas sofrem mais com o frio, tendo assim, mais dificuldade para aquecer o corpo. Ele explica que o frio provoca uma vasoconstrição que resulta numa menor circulação de sangue nas extremidades, o que é agravado também com a idade. Desta forma, a técnica em Enfermagem também faz um aviso. “As pessoas de mais idade devem usar roupas quentes para evitar pegar uma gripe ou outras doenças.”

Alimentação

No inverno, a alimentação e os cuidados com a pele também não podem ser deixados de lado. Por isso, alguns alimentos – como legumes e verduras – são essenciais para uma refeição rica e saudável. “As pessoas tem que ter uma alimentação bem balanceada: tomar chás, cafés e evitar tomar refrigerantes e água muito gelados”, aconselha Morgana. Já com a pele, a técnica em Enfermagem sugere o uso de cremes hidratantes para evitar assaduras e rachaduras. O professor Vinicius Vaz diz que é normal a diminuição da ingestão de líquidos no inverno, por isso, a indicação para o consumo diário de dois litros de água por dia segue sendo necessária.

Para quem não está acostumado com as baixas temperaturas

O frio também atinge quem veio de outros estados para o Rio Grande do Sul. O impacto é tão grande que os cuidados com a saúde devem ser redobrados. Morando em Pelotas há 1 ano e 11 meses, o estudante de Jornalismo, Hermmann Salvato, conta que a mudança de Presidente Prudente, no oeste do estado de São Paulo, para Pelotas foi dolorosa. “Em Prudente, o clima é bem seco. Às vezes, mesmo depois de quase dois anos aqui no Sul, ainda tenho dificuldade para respirar e me aquecer. Tive que renovar o estoque de agasalhos e cobertores.”

A adaptação ao clima mais intenso da cidade também foi acontecendo aos poucos. “Desde que vim para cá, sofri umas três ou quatro vezes com a amigdalite que, no meu caso, me deixa de cama porque ataca todo o corpo. No primeiro ano, acontecia a cada três meses. Quando eu morava em São Paulo acontecia, mas numa frequência menor. Às vezes, passava mais de seis meses sem nenhuma irritação na garganta”, conta.

Embora para muitos o frio seja incômodo, outros aproveitam a estação para momentos de lazer. “Geralmente cozinho mais e vejo filmes. Mesmo no inverno, certas festas não têm como perder. Ou então, tem sempre alguma junção na casa dos amigos.” Hermmann também não deixou de destacar o hábito que adquiriu dos gaúchos: o mate. Para ele, o chimarrão já entrou na rotina.  O prazer da chegada do inverno não deixa de agradar a estudante de Jornalismo, Anahí Silveira. Para ela, a estação abre espaço para desfrutar de bons momentos nos dias frios. “A melhor coisa para passar o tempo é ler um livro, de preferência embaixo das cobertas, bebendo algo que aqueça. Ou então assistir a filmes, séries, show pela internet, tudo no conforto do lar”, conta. Para Anahí, o mais agradável no inverno é a atmosfera que surge junto com a estação. “É a época dos caldos, das sopas, das bebidas quentes, das roupas pesadas, dos cobertores já esquecidos”, destaca.

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