DCE reabre as portas após três anos e promete fortalecer a voz estudantil

Eleições para o DCE da UFPel ocorreram entre os dias 17 e 18 de junho, e elegeram a Chapa 3 com 57,3% dos votos válidos.

Por Enrique Bohm

Desde meados de 2022, o Diretório do Centro Estudantil (DCE) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) estava abandonado e deixado às traças. O acumulo de poeira em suas paredes e piso poderia ser um reflexo do desinteresse estudantil em sua representatividade, mas uma proposta pretende mudar essa realidade de abandono. Desde quarta-feira (09/07), as portas do centro, localizado na Rua Três de Maio, 665 no Centro de Pelotas, foram reabertas e uma nova vida foi injetada dentro de suas salas. Para representar essa nova fase, foi dada uma comemoração temática de festa junina no local, um esforço por parte dos novos gestores do interesse estudantil de movimentar os estudantes e gerar um sentimento de acolhimento.

Para entender melhor os objetivos da nova gestão, o Em Pauta Web conversou com Iuri de Almeida Costa (31), estudante de Licenciatura em Geografia e membro do DCE. Iuri explica que o foco agora é reestruturar o espaço, tanto o físico como o simbólico, para os quais foram eleitos para representar os estudantes.

“Nossa primeira ação é estar ocupando esses espaços que estavam vazios, tanto o espaço físico do DCE, quanto as cadeiras que ocupamos nos conselhos”.

Estudante Iuri de Almeida Costa. Foto: arquivo pessoal.

Ele ressalta que a participação e acompanhamento das pautas é vital para a nova gestão. Pautas essas que não são novidades para a comunidade acadêmica. Dentre as mais citadas, estão a fiscalização dos RUs (restaurantes universitários), para garantir uma alimentação de qualidade, e a expansão das rotas dos transportes de apoio para novos bairros e aumento da frota. Além disso, foi mencionada a questão da infraestrutura da universidade.

“Nessa rodada de visita aos campus que fizemos durante esse período de campanha, e também sendo estudante da UFPel desde 2022 sem DCE, percebemos a falta que a gente tem. Determinado laboratório precisa do técnico, determinado curso precisa do projetor funcionando, ou precisa de um intérprete de libras”.

A questão da acessibilidade tem um peso extra para a nova fase do DCE. As ações de acolhimento pretendem ir além da abertura do espaço, mas também uma ação progressiva e permanente para que os estudantes tenham acessibilidade à universidade na totalidade. Propostas como placas de sinalização nas paradas de apoio é uma das propostas para auxiliar no deslocamento dos estudantes pelo trajeto até seu campus.

Iuri propõe uma abordagem para criar um senso de comunidade entre os estudantes da UFPel. Além de estabelecer espaços em diferentes campus, uma noite de jogos é uma ideia dada por ele para gerar mais interação entre os alunos da universidade.

“Um ambiente que, no pós aula, a galera vá ali em algum lugar da UFPel, ou um lugar que seja combinado coletivamente para jogar diversos jogos, interagir e conversar”.

A proposta altruísta é um esforço para entregar cultura e lazer para os estudantes, e demonstrar que o DCE é um movimento que não está acima deles, e sim, entre os mesmos para atuar coletivamente na defesa da universidade e na solução dos problemas. Salienta-se ainda que o DCE é uma instituição gerida por estudantes, e que as portas estão abertas para a participação de todos bem intencionados que desejam agregar aos esforços coletivos.

Comentários

comments

Você pode gostar...