Capacitação em Libras qualifica profissionais da saúde em projeto da UFPEL
Libras em Ação é um projeto de extensão da Universidade Federal de Pelotas que tem como objetivo o ensino da Libras para alunos da área da saúde.
Por Andrine Teixeira Garcia
Em 2024 nasceu o Libras em Ação, um projeto de extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que busca o ensino e cultura da língua de sinais para a comunidade, tendo como enfoque principal a capacitação de profissionais da área da saúde, para um atendimento mais acessível.
O projeto foi criado sob a coordenação da Professora Daiana Goulart (Área de Libras) e Camila Ramos (Departamento de Medicina Social), a partir da solicitação de alunos da cadeira de Libras I da UFPel. Durante as aulas, os estudantes perceberam a importância da língua de sinais para o atendimento de pessoas surdas, que a falta de acessibilidade linguística muitas vezes impossibilita esses serviços.
Os encontros ocorrem semanalmente de forma presencial no Campus Anglo/UFPel, e são abertos ao público externo. O conteúdo é adaptado conforme o perfil dos participantes e a área de atuação. São realizadas simulações, dinâmicas e exercícios de conversa em libras, e em casos em que não existem sinais definidos para determinadas palavras, são feitas consultas com a comunidade surda para criar ou adaptar os termos. As atividades desenvolvidas criam um espaço de interação entre alunos ouvintes e surdos, aproximando o grupo, gerando acessibilidade.
“O projeto busca garantir um mínimo de comunicação para que pessoas surdas possam ser atendidas com dignidade. Também ajuda a desconstruir estereótipos sobre a surdez e a promover a inclusão”, afirma a professora Daiana.
Falando em acessibilidade
Além do ensino da libras visual, o projeto conta com a libras tátil, que consiste em realizar os sinais nas mãos das pessoas com deficiência visual, as quais precisam tocar na mão de quem está sinalizando para ter a percepção tátil de cada sinal.
Segundo Daiana, as atividades são pensadas levando em consideração as particularidades das pessoas cegas, dessa forma, a equipe reviu as metodologias de ensino da língua de sinais. Como é uma linguagem visual, que exige o uso das expressões faciais e corporais, as tarefas são pensadas tendo em vista uma proposta de ensino sem a necessidade da visualidade, adaptando para que as percepções possam ser feitas por meio do contato com as mãos.
Atualmente, apenas um aluno participa do projeto com foco no ensino de libras tátil. Ele conta com o acompanhamento de uma equipe formada por quatro pessoas: uma responsável por realizar a audiodescrição — explicando o que está acontecendo na aula e descrevendo os sinais — e as demais atuam assessorando diretamente no processo de ensino da libras tátil.
Segundo Daiana, o foco do projeto é justamente a inclusão, então é muito importante que o ensino da Libras seja acessível a todas as pessoas, independente se há ou não alguma limitação.
“Aprender libras tem sido maravilhoso, abrem-se portas. […] As estratégias ali colocadas vão funcionando, tem-se uma equipe maravilhosa que vem elaborando estratégias para que eu consiga aprender de forma igualitária junto aos outros alunos. Já aproveito e agradeço também a Coordenadoria de Acessibilidade (COACE), o meu muito obrigada por essa oportunidade”, afirma o aluno de libras tátil, Fábio Ribeiro.
A quem tiver interesse em participar do projeto, o contato pode ser feito via direct no perfil do Instagram, no @librasemacao.ufpel. Entre 04/06 e 20/08 haverão oficinas abertas para os alunos da UFPel de qualquer curso, que ocorrem nas quartas-feiras, das 17h às 18h30, na sala 437 do Campus Anglo.


