O Núcleo de Estudos e Pesquisas E’léékò, vinculado a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e ao Programa de Pós Graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGPSI/UFRGS), realizará de 25 de agosto a 01 de dezembro de 2021, das 18h30 às 20h30, o curso de extensão “Redes Intelectuais: Metodologias e Epistemologias Negras, Descoloniais e Antirracistas”.
Nosso propósito é realizar o lançando do Vol. 3 da Série Pensamento Negro Descolonial, organizado pelo E’léékò e pela Editora Rede Unida, bem como fomentar produções autorais de pesquisadores e pesquisadoras negras. A importância de tal obra se fundamenta na necessidade de propor, estabelecer e difundir produções científicas que se anunciam desde o lugar negro, com todas as decorrências desta escolha política.
As inscrições ficarão abertas de 11 a 25 de agosto.
O curso constitui o projeto de extensão “Programa de formação para o enfrentamento ao Racismo Religioso” que nasce da necessidade de construção de ações de formação, de cuidado e de segurança do Povo de Terreiro para MULHERES DE AXÉ, haja vista o crescente número de casos de violação de direitos nas comunidades tradicionais de matriz africana.
Trata-se de um projeto inovador com vistas a formação de agentes multiplicadoras em seus territórios, promovido pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (RENAFRO Saúde), Núcleo de Estudos e Pesquisas E’léékò da UFPel/UFRGS, Ilê Omolu e Oxum (RJ) e Ilé Àṣẹ Iyemọnjà Omi Olódò (RS), com apoio do Fundo Elas.
O Núcleo de Estudos e Pesquisas E’léékò, vinculado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e ao Programa de Pós Graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGPSI/UFRGS), promoveu de 22 de abril a 01 de julho de 2021, das 19h às 21h, o curso de extensão “A Matriz Africana: Metodologias e Epistemologias Negras, Descoloniais e Antirracistas”.
O curso marca o lançando do Vol. 2 da Série Pensamento Negro Descolonial, organizado pelo E’léékò e pela Editora Rede Unida, bem como fomenta produções autorais de pesquisadores e pesquisadoras negras e das tradições de matriz africana na diáspora. A importância de tal obra se fundamenta na necessidade de propor, estabelecer e difundir produções científicas que se anunciam desde o lugar negro, com todas as decorrências desta escolha política.
O obra está disponível para download no site da Editora Rede Unida: https://editora.redeunida.org.br/serie/pensamento-negro-descolonial/
A Matriz Africana: Epistemologias e Metodologias Negras, Descoloniais e Antirracistas. Kaká Portilho, Olorode Ògìyàn Kálàfó Jayro Pereira de Jesus e Míriam Cristiane Alves
28/04
Descolonizando o Orì: o candomblé suleando uma formação antirracista. Nathan Vinicius Nascimento Lopes e Régia Mabel da Silva Freitas
06/05
Padê de Exú abolicionista: insurgência negra por um abolicionismo penal afrodiaspórico. Luciano Góes
13/05
Afroteologia do Orò. Hendrix Silveira
20/05
Clinicar na transitividade: insurgências amefricanas descalças como relatos de experiências desde gestos – poéticas e políticas. Ademiel de Sant’Anna Junior
27/05
Elementos do candomblé que mais recebem interpretações negativas oriundas do racismo religioso. Gustavo Jaime Filizola e Denise Maria Botelho
10/06
Discursividades amorosas: agenciamentos éticos africanos e descoloniais. Monique Navarro e Míriam Cristiane Alves
17/06
Elementos da memória e da benzedura: a prática afrodiaspórica de cura na cidade de Pelotas/RS. Ana Paula Melo da Silva
24/06
Reflexões sobre a falsa universalidade da teologia judaico-cristã: epistemicídio e a construção do “Outro”. Valéria Fernandes de Carvalho
01/07
Mãe Severina: entre território e tenda Nossa Senhora dos Navegantes, quilombo Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA). Dayanne da Silva Santos
O racismo religioso deflagrado e estabelecido no Brasil é expresso por várias formas de violência física, ameaças, atentados a vida de autoridades dos terreiros, destruição do patrimônio material e dos símbolos tradicionais. Perseguições que têm levado ao fechamento de terreiros centenários. São milhares de adeptos atingidos pela pressão psicológica vivenciando um adoecimento coletivo, através de um ambiente de intranquilidade que tem produzido alteração do estado emocional e físico, causando doenças e mortes. Assim como ocorreu com Mãe Gilda, na cidade de Salvador, que veio a óbito após sofrer racismo religioso.
Os dados do Ministério dos Direitos Humanos revelam que o Brasil registra uma denúncia de racismo religioso a cada 15 horas. No ano de 2018 foram 506 (quinhentos e seis) registros de racismo religioso, realizados através do Disque 100. Destes 213 foram casos de ataques às tradições de matriz africana, um aumento de 47% em relação ao ano de 2017. Somente no estado do Rio de Janeiro, nos quatros primeiros meses do ano de 2019, se registrou um aumento nos casos de 56% em relação ao ano anterior no mesmo período e deste total 70% são casos de violência contra os terreiros de matriz africana.
Uma das grandes conquistas do povo de terreiro em um período recente foi a implantação da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no estado do Rio de Janeiro em 2018, e a Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), no estado do Rio Grande do Sul em 2020.
Diante da necessidade de ampliação de delegacias dessa natureza em todo o país, a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (RENAFRO Saúde) e o Núcleo de Estudos e Pesquisas E’léékò da UFPel/UFRGS se colocam no compromisso ético-político de ampliar o debate sobre o papel dessas delegacias no enfrentamento ao racismo e qualquer tipo de intolerância em nossa sociedade.
Essa atividade é alusiva 21 de Março, Dia Internacional contra a Discriminação Racial.
Objetivos:
– Abordar as conceituações sobre racismo, racismo religioso e intolerância religiosa;
– Conhecer as experiências de implantação da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no estado do Rio de Janeiro da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), no estado do Rio Grande do Sul;
– Discutir sobre o papel dessas delegacias no enfrentamento ao racismo e racismo religioso em nossa sociedade.
DR. HÉDIO SILVA JUNIOR – Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2003) e mestre pela mesma instituição desde (2000). Coordenador-Executivo do IDAFRO – Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-brasileiras.
DRA. ANDREA MATTOS – Diretora da Divisão do Idoso e Combate à Intolerância e delegada Titular da Delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre
DRA. MARCIA NOELI – Delegada Titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do estado do Rio de Janeiro.
Debatedores/as:
MÃE NILCE DE IANSÃ – Iyá Egbé do Ilê Omolú e Oxum. Coordenadora Nacional da RENAFRO Saúde.
BABÁ DIBA DE IYEMONJA – Babalorixá. Coordenador Nacional da RENAFRO Saúde. Presidente do Conselho do Povo de Terreiro do RS. Sanitarista.
O GT Mulheres de Axé da RENAFRO Saúde vem atuando no enfrentamento à violência contra as mulheres, na construção de estratégias de empoderamento das mulheres de axé e no diálogo com as políticas públicas desde sua criação em 2005.
Face a este histórico de militância, ativismo e produção de conhecimento das Mulheres de Axé da RENAFRO, a coordenação nacional em parceria com o Núcleo de Estudos e Pesquisas E’léékò da UFPel/UFRGS apresentam o “Ciclo de Debates: Matriarcado, o lugar social das Mulheres de Axé e a luta do 8 de Março”.
A proposta é visibilizar as lutas das Mulheres de Axé em prol de uma sociedade que respeite e valorize as diferenças; discutir sobre o matriarcado enquanto um valor civilizatório de matriz africana presente nas comunidades tradicionais de terreiro; discutir sobre o lugar social das Mulheres de Axé e sua interface com o 8 de Março.
MÃE NILCE DE IANSÃ – Iyá Egbé do Ilê Omolú e Oxum. Coordenadora Nacional da RENAFRO Saúde.
Convidadas:
KAKÁ PORTILHO – Filha de Jacintha Ferreira e Vanice Portilho. Mangueirense de nascimento de nação. Orgulhosamente candomblecista, ativista que movimenta-se em prol do Direito a Ter Direito aos irmãos afro-pindoramicos. Fundadora e presidente do Instituto Hoju. Coordenadora do Centro de Altos Estudos e Pesquisas Afro-pindoramicas e do PPMAEE da Univerkizazi/UKAY. Fundadora da Sociedade Matriarcado Afreekana no Brasil. Internacionalista, Neuropsicopedagoga e especialista em neurociência e física da consciência. Mestre em Educação para as Relações Étnicorracias, doutoranda do curso de Antropologia social.
IYÁ CRISTINA D’OSUN – Ìyálórìṣà da Associação beneficente Educacional e cultural Ilê Asé Iyalode Oyo. Coordenadora do Núcleo SP da RENAFRO – Rede Nacional de Religiões Afro Brasileira e Saúde. Coordenadora no Coletivo Larayo Alta Estima e Ateliê. Coordenadora do Projeto Awon Obirin. Conselheira do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de São Paulo gestão 2021-2024.
EDINA DE IYEMANJÁ – Iyawô do Ilê Axé Oxum Tunji. Coordenadora de Comunicação do Núcleo Ceará da RENAFRO. Membro fundadora do Coletivo Cultural Odò Lewà
Mediadora:
MÍRIAM OLORI-OBA ALVES – Professora do curso de Psicologia da UFPel. Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da UFRGS. Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa E’léékò.
A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (RENAFRO Saúde) é uma das maiores organizações político-social do povo de terreiro do Brasil. Trata-se de uma instância de articulação da sociedade civil que envolve vivenciadores/as de tradições de matriz africana e afro-umbandista, gestores e profissionais de saúde, integrantes de organizações não governamentais, pesquisadores/as, ativistas de movimentos sociais negros e de mulheres negras.
Diante do atual contexto de grande crise sanitária vivenciada no Brasil provocada pela Covid-19 e, sobretudo, pela inexistência de uma política de enfrentamento à pandemia e uma política de imunização de toda a população brasileira, organizadas e capitaneadas pelo governo federal e articuladas com estados e municípios, a RENAFRO Saúde e o Núcleo de Estudos e Pesquisas E’léékò da UFPel/UFRGS se colocam no compromisso ético-político de expor ideias e facilitar o debate sobre o direito coletivo à vacina, lançando a perspectiva da afrobioética e da territorialidade enquanto critério para pensar um plano de imunização.
Objetivos:
– Discutir sobre o direito individual e o direito coletivo à vacina;
– Discutir sobre territorialidade e plano de imunização;
– Expor a perspectiva civilizatória de matriz africana sobre o direito coletivo à vacina – afrobioética.
LÚCIA XAVIER – Ekeji do Ilê Omiojuarô. Assistente Social, fundadora e coordenadora de CRIOLA, organização de mulheres negras com sede no Rio de Janeiro.
KAROL VEIGA CABRAL – Psicóloga. Doutora em Antropologia pela Universitat Rovira i Virgili (URV), validado nacionalmente como Doutora em Saúde Coletiva pela UFGRS.
Debatedores/as:
MÃE NILCE DE IANSÃ – Iyá Egbé do Ilê Omolú e Oxum. Coordenadora Nacional da RENAFRO Saúde.
BABÁ DIBA DE IYEMONJA – Babalorixá. Coordenador Nacional da RENAFRO Saúde. Presidente do Conselho do Povo de Terreiro do RS. Sanitarista.
A IV Jornada do Núcleo de Estudos e Pesquisas É’LÉÉKO: Diálogos Pluriversos e as Encruzilhadas de (Re)Existências, ocorrerá nos dias 02, 03, 09 e 10 de dezembro.
Neste ano, a Jornada será virtual e contará com um conjunto de mesas formadas por pesquisadores e pesquisadoras vinculadas ao É’LÉÉKO, além de pesquisadores e pesquisadoras e artistas convidados que irão desenvolver reflexões e contribuições a partir dos trabalhos apresentados nas mesas temáticas.
O objetivo do evento é fomentar a produção científica desde o lugar de enunciação de corpos-políticos pretos, desde os territórios de vida afrodiaspóricos, na perspectiva de que a polifonia de vozes produza agenciamentos para uma ciência preta que se anuncia desde o lugar preto, com todas as decorrências desta escolha política.
Em virtude da pandemia da Covid-19, a Jornada será virtual e transmitida pelo nosso canal no YouTube.
Veja a programação completa em nossa página e inscreva-se aqui