JOGOS FLORAIS [Grupo escolar, 1974]
I
Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.
II
Minha terra tem Palmares
memória cala-te já.
Peço licença poética
Belém capital Pará.
Bem, meus prezados senhores
dado o avançado da hora
errata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho.
(será mesmo com 2 esses
que se escreve paçarinho?)
POLÍTICA LITERÁRIA [Grupo escolar, 1974]
O poeta concreto
discute com o poeta processo
qual deles é capaz de bater o poeta abstrato.
Enquanto isso o poeta abstrato
tira meleca do nariz.
CÉLULA MATER [Na corda bamba, 1978]
Unidos
Perderemos
OBRA ABERTA [Na corda bamba, 1978]
Quando eu era criancinha
O anjo bom me protegia
Contra os golpes de ar.
Como conviver agora com
Os golpes? Militar?
NATUREZA MORTA [Na corda bamba, 1978]
Toda coisa que vive é um relâmpago
TROPICÁLIA [Na corda bamba, 1978]
Em viveiro de arara tucano é
Tirano