Cineasta pelotense de 25 anos leva longa-metragem sobre redes sociais e infância a cidades gaúchas
Por João Pedro Goulart

Pedro Fassa é cineasta formado pela Universidade Federal de Pelotas e estreia na produção de longas Fotos: Divulgação.
Após a estreia no Largo do Mercado Público, em Pelotas, o longa-metragem “O Lado Obscuro da Luna”, dirigido pelo jovem cineasta Pedro Fassa, inicia um circuito regional de exibições, passando por cidades como Canguçu e Rio Grande. O filme discute o fenômeno da adultização de crianças nas redes sociais, tema cada vez mais debatido nacionalmente.
Gravado inteiramente em Pelotas, a produção marca a estreia de Pedro na direção de longas. O cineasta é formado em Cinema pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e também realizou pós-graduação na New York Film Academy, nos Estados Unidos, experiência que, segundo ele, lhe rendeu aprendizados sobre a eficiência em produções audiovisuais. “Foi fundamental para aplicar no processo de filmagem aqui em Pelotas”, destaca.

Atriz mirim Liz Neuwald interpreta Luna em trama que dialoga com o fenômeno da adultização
A trama acompanha a história de Luna, interpretada pela atriz mirim Liz Neuwald, descoberta em um grupo de teatro local. A personagem é uma influencer infantil que enfrenta o dilema entre seguir produzindo conteúdos voltados ao público infantil, como deseja sua família, ou buscar novos caminhos artísticos. O enredo dialoga com o fenômeno da adultização de crianças nas redes sociais, tema que ganhou repercussão nacional recentemente. Também estão no elenco João Dolinski, Lisiani Rotta, Alfredo Tillmann e Dhiule Volz.
Filmado em preto e branco, com algumas cenas em cores, o longa utiliza a linguagem visual como metáfora dos sentimentos vividos pelos personagens. “Os momentos coloridos representam a possibilidade de libertação, de encontro com a realidade”, explica Fassa.

As atrizes Liz Neuwald e Lisiani Rotta em uma das cenas do filme que já tem sessões programadas em Rio Grande e Canguçu
Cinema independente em Pelotas
Pedro destaca que produzir cinema independente em Pelotas exige articulação entre os profissionais locais. Ele afirma que, desde que a indústria se concentrou no eixo Rio-São Paulo, a infraestrutura da cidade diminuiu, mas ainda permite trabalhos profissionais. “O lado bom é que os profissionais criativos estão muito entusiasmados, e há diversos talentos sendo formados na UFPel”, afirma.
As próximas sessões de “O Lado Obscuro de Luna” ocorrem no dia 7 de novembro na FURG, em Rio Grande; e, nos dias 8 e 9 de novembro, no Cineteatro de Canguçu.
Em breve, em datas a serem definidas, a produção será apresentada em São Lourenço do Sul, Morro Redondo, e reapresentada em Pelotas, com sessões no Cine UFPel e CEU Dunas.
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