Por Vitória de Góes (Correspondente do site Arte no Sul em terras portuguesas)
Instituição sediada na antiga moradia do poeta promove várias exposições
História, arte e literatura. Essas resumem a experiência de visitação e imersão na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, Portugal. O local foi habitado pelo famoso escritor português durante os seus últimos 15 anos de vida e é dedicado à sua biografia e obra.
Dividida em três pisos, a casa que se tornou em um museu histórico-cultural, conta com diferentes exposições e uma biblioteca especializada em poesia mundial. Logo no primeiro espaço é possível conhecer detalhes da vida de Fernando Pessoa, com objetos pessoais do autor, fotos da infância junto à família e até cartas trocadas com sua namorada, Ophélia.
Recursos tecnológicos também são utilizados ao longo do museu para introduzir o visitante ao mundo literário. Vídeos de entrevistas a amigos e familiares de Pessoa, sons para imersão no ambiente como por exemplo, da escrita em papel, além de um espaço para sentar e ouvir a narração de capítulos de alguns livros do poeta.
Maria Eduarda Moraes, 21, é brasileira e visitou o local. Ela conta que dentre as experiências que teve em Portugal, conhecer o museu foi uma das melhores. “Gostei muito de como é organizado, acho que ele instiga a curiosidade até de quem nunca ouviu falar sobre o Fernando Pessoa”. E completa: “É um museu para que o público se sinta acolhido e entenda de fato o objetivo do local e quem foi o poeta”.
Em 2021 a Casa Fernando Pessoa recebeu o Prêmio Museu do Ano, atribuído pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM). O conjunto documental no espaço também é classificado como Tesouro Nacional em Portugal.
Quem foi Fernando Pessoa
Fernando Antônio Nogueira Pessoa nasceu em 1888, em Lisboa, Portugal, e é um dos maiores poetas da literatura portuguesa. Durante sua vida também foi filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, comentarista político e empresário.
Pessoa pertence à geração de Orpheu – grupo de artistas que introduziu o modernismo em Portugal em 1915 -, por isso suas obras não são convencionais, mas possuem um tom provocativo e irônico. Além disso, é conhecido pelos seus heterônimos, autores fictícios com personalidades e características literárias específicas.
No museu Casa Fernando Pessoa, é possível conferir a genialidade do autor ao ver que os heterônimos possuem data, horário e local de nascimento e morte, tendo até mesmo a pesquisa astrológica dos mesmos, o que vai de encontro com as personalidades expressadas por cada um.
O poeta morreu em 30 de novembro de 1935 e deixou mais de 25 mil páginas de texto, que aos poucos vêm sendo publicadas. Até hoje é amplamente estudado, inclusive nas escolas brasileiras, por conta de sua relevância literária.
É possivel visitar o museu pela internet neste link.
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