Por Danieli Schiavon
Em homenagem à carreira do pintor pelotense Leopoldo Gotuzzo, foi inaugurado na cidade de Pelotas, em 1986, o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG). Seu acervo conta com objetos pessoais do pintor, bem como obras que marcam toda a sua trajetória. As peças foram deixadas como testamento em seu nome à Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O MALG fica na Praça 7 de Julho, 180, em frente ao Mercado Central de Pelotas, na antiga Escola Eliseu Maciel. Está aberto para visitação gratuita de terça a domingo, das 10h às 19h30, sem fechar ao meio dia. É uma ótima alternativa de passeio cultural durante a semana e aos fins de semana.
Pelotense, nascido em 8 de abril de 1887, Leopoldo Gotuzzo foi um artista consagrado internacionalmente à sua época. Filho de um italiano e uma brasileira, Gotuzzo já apresentava desenvoltura e aptidão para a arte desde pequeno. Ainda no ensino médio começou sua formação artística, quando estudava no Colégio Gonzaga.
Foi sob a orientação de Frederico Trebbi que decidiu viajar para Roma e aprimorar os estudos com o mestre francês Joseph Nöel. Aos 27 anos, morando então em Madri, enviava suas pinturas para o Salão de Belas Artes do Rio de Janeiro. A partir daí, passou a receber reconhecimento, cada vez em mais elevado grau. Leopoldo Gotuzzo desenhou, pintou, participou de exposições e recebeu consideráveis e memoráveis premiações pelo seu talento até os 96 anos, quando faleceu, em 11 de abril de 1983.
A exposição “Leopoldo Gotuzzo: fragmentos de memória e cotidiano”, assinada pela diretora adjunta do Museu, Mari Lúcie da Silva Loreto, reúne álbuns de fotografia, móveis trazidos da Europa, escrivaninhas, anotações pessoais, cartas, pincéis, cavaletes e aventais de pintura. Esses objetos compõem a exposição da vida de Leopoldo, e, juntamente com seus quadros, provocam uma imersão na vida e história do artista. Revelam aspectos íntimos de seu envolvimento com a arte. De acordo com Mari Lúcie, a mostra possibilita o diálogo entre arte, cotidiano e memória, evidenciando a história de vida do artista.
Além da Sala do Patrono, o Museu tem um espaço reservado para exposições de obras pertencentes a artistas que têm, em comum, algum momento de sua formação na Universidade Federal de Pelotas. De acordo com o professor José Luiz de Pellegrin, curador da exposição, essas obras “representam, de modo particular, um número expressivo de artistas que desenvolvem suas poéticas na cidade de Pelotas e daqui buscam sua inserção no sistema da arte local, nacional e internacional.”
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