Rayane Lacerda
Sábado, dia 21 de outubro, Pelotas recebeu um dos maiores músicos brasileiros no palco do Theatro Guarany. Gilberto Gil encantou o público com a sua simplicidade, energia e com o seu talento para dar vida à música. O show fascinou a plateia do teatro lotado. Os fãs aplaudiram o artista ao final de cada interpretação.
Em uma exibição de voz e violão, ele demonstrou a vivacidade que ainda carrega aos 75 anos de idade, apresentando uma bela escolha de músicas e trocando diversas conversas e interações com o público. A professora Gabriela Nogueira, 46, conta que prestigiou a coletânea escolhida: “Em relação ao repertório eu gostei bastante. A maioria das músicas a gente conhece, canta junto, acompanha. São músicas de sucesso. Claro, uma e outra – não sei se são novas – eu não conhecia a letra, mas também é uma forma de divulgar o trabalho”.
Contar as histórias que deram origem às obras musicais é uma característica da própria Música Popular Brasileira (MPB) e que faz parte das apresentações de Gilberto Gil. A cada composição com uma origem interessante ou com a presença de outras figuras brasileiras – como Gal Costa, Maria Bethânia e João Donato –, ele compartilhava com o público e contava o contexto de cada canção. Entre as músicas tocadas, pode-se citar: A paz, Andar com fé, Esperando na janela, Toda menina baiana, Não chores mais (No woman, no cry) e Preciso aprender a só ser. Além disso, canções como Drão e Esotérico, pedidas no início do show, nas manifestações do público, também compuseram a seleção. Para mais, ao cantar A novidade, Gilberto foi capaz de despertar o senso crítico da plateia, que iniciou um intenso coral de vozes que pediam “Fora, Temer!”.
Com um público diversificado, entre crianças, jovens e adultos, a presença de grandes fãs contribuiu para um auditório que demonstrou felicidade ao presenciar o trabalho de Gil. “Eu acompanho a trajetória do Gilberto Gil já faz algum tempo. Eu gosto de Música Popular Brasileira e de todos dessa geração – Gil, Caetano, Bethânia, Gal Costa, Chico Buarque. São cantores que marcaram uma época e se identificam com a minha geração. Então, acompanho o trabalho dele desde que eu me conheço por gente”, conta Gabriela Nogueira.
Sobre o show como um todo, Gabriela afirma que superou as suas expectativas: “Me surpreendeu positivamente. Eu imaginava ter outras pessoas, outros músicos acompanhando o Gilberto Gil. Foi um show de voz e violão com uma excelente qualidade. Nunca tinha visto ele ao vivo e achei um cara tranquilo, simples e cativante. Ele envolve o público”.
Após finalizar o espetáculo, Gil some da vista do público em direção aos bastidores em meio a fortes aplausos, gritos, palavras de agradecimento e – como já se esperava – pedidos de “mais um”. Com o público todo em pé, na expectativa de mais uma canção, Gil volta e reaparece nas luzes do teatro, cantando não somente “mais um”, mas “mais dois”. Ele encerra a sua apresentação com Refavela e Palco, agora com os fãs mais próximos e satisfeitos com a mágica do artista brasileiro que honra a sua nacionalidade.
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