Um dos campos da ficha de qualificação profissional é “sinais particulares”, que registrava, por exemplo, a falta de dedos ou a presença de sinais de nascimento. Uma das anotações que se destaca se refere aos sinais de varíola ou sinais de bexiga, forma como também era conhecida. A varíola era uma doença altamente contagiosa, se espalhava pelo contato com as secreções respiratórias e com as lesões na pele. Após o aparecimento dos sintomas, como febre, dor de cabeça e náuseas, surgiam pequenas manchas vermelhas pelo rosto que se alastravam por quase todo o corpo e depois se transformavam em pústulas. Se o paciente sobrevivesse, as pústulas secavam e deixavam marcas permanentes que poderiam ser manchas vermelhas – que lembravam pequenas bexigas, daí a origem da referência – ou marcas profundas na pele. Atualmente no acervo da DRT/RS foram localizados 62 trabalhadores e trabalhadoras identificados como tendo sinais de varíola. A doença, causada por um vírus, foi erradicada na década de 1970 após séculos matando pessoas por todos os países pelos quais surtos epidêmicos surgiram. O fim da varíola foi alcançado pelo esforço dos cientistas e indica uma esperança para que os cientistas da atualidade igualmente encontrem um fim para o vírus COVID-19. Os trabalhadores e trabalhadoras que solicitaram carteira profissional indicam que, apesar da gravidade da doença que contraíram, é preciso resistir e continuar. Para saber mais acesse o artigo: Os trabalhadores com sinais de varíola no acervo da Delegacia Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul, 1933-1944, link na aba Publicações.