Delegacia Regional do Trabalho

O Acervo da Delegacia Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul – DRT/RS é constituído por aproximadamente 630.000 Fichas de Qualificação Profissional. Este era o documento que era preenchido no momento em que o trabalhador solicitava a sua carteira profissional. Os campos da ficha de qualificação profissional são minuciosos e permitem observar detalhes da vida do trabalhador que solicitava o documento.

Há um grupo de itens que se refere aos dados pessoais do trabalhador: nome, sexo, altura, cor da pele, cor dos cabelos e cor dos olhos e, se do sexo masculino, barba e bigode. Ainda é possível saber se o trabalhador possui sinais particulares, ou seja: falta de membros, calvície, cicatrizes, marcas de varíola, deficiências físicas, queimaduras, entre outros. Aparecem dados como: a filiação, se solteiro, casado ou viúvo, o número de filhos. Também eram solicitados os dados do nascimento do trabalhador: a data, o local do nascimento, com o nome da cidade e do estado e, se estrangeiro, o ano da chegada no Brasil e, quando realizada, o ano da naturalização. Outras informações solicitadas eram o endereço e o grau de instrução do trabalhador. Outro grupo de campos se referia às atividades profissionais do trabalhador, nos quais eram registrados: a profissão, o nome e a espécie do estabelecimento profissional, a cidade e o endereço do estabelecimento, e se o trabalhador fosse sindicalizado o número da matrícula e o nome do sindicato.

Todos esses campos se localizavam na primeira página da ficha de qualificação profissional que recebia ainda a data da solicitação da carteira, o número da solicitação, o número do livro, a série, e caso fosse uma segunda via, também era possível registrar. Já o verso da ficha recebia uma foto ¾ do trabalhador, as impressões dos dedos das mãos e se fosse necessário registrar outras informações, estas também eram feitas no verso.

O trabalho de pesquisa desenvolvido nos projetos com o acervo da DRT/RS foi facilitado desde a criação de um banco de dados para armazenar todas as informações declaradas nas fichas pelos trabalhadores. Esse banco de dados reproduz os mesmos campos da ficha permitindo que toda a informação de uma ficha fique disponível ao pesquisador e possibilitando o seu cruzamento com aquelas de outros trabalhadores. Dessa forma, é possível estudar determinados grupos de trabalhadores, profissões, grau de instrução, entre outros. No momento, é possível consultar informações de aproximadamente 46 mil fichas correspondentes aos anos entre 1933 e 1944.

 

Para saber mais sobre as pesquisas realizadas com os dados do acervo da DRT/RS, verifique a aba “pesquisas”.