PROJETOS

 

PROJETOS DE PESQUISA

2022-atual

Percepção de cores de pessoas com cegueira congênita ou adquirida na primeira infância

Este projeto parte do princípio de que o mundo em que vivemos é essencialmente visual, ainda que tenhamos diferentes formas de percebê-lo. A partir dessa afirmação, é possível entender que as pessoas que nasceram cegas ou adquiriram a cegueira, por diferentes motivos, durante a primeira infância, período em que a criança desenvolve suas capacidades intelectuais e perceptivas do mundo, apresenta desvantagens, em relação às pessoas normovisuais.
A partir do que foi exposto, este projeto pretende vislumbrar e entender como as pessoas cegas percebem e compreendem o universo das cores, para aplicar seus conhecimentos no dia-a-dia.
Já há muitos estudos sobre as formas de “enxergar” perceptivamente as cores pelos cegos, porém, este estudo pretende apresentar uma nova perspectiva, considerando estes estudos como suporte para uma investigação mais abrangente, que envolva cegos de diferentes países e se aproxime ainda mais da rotina dos indivíduos com restrição do sentido da visão.
Uma aproximação como a que propomos neste projeto, pode contribuir para melhorar a acessibilidade em produções de audiodescrições e também fomentar a elaboração de novas técnicas e instrumentos que facilitem a percepção de cores em pessoas cegas nos diferentes produtos visuais existentes.

OBJETIVO

Estudar os parâmetros utilizados pelas pessoas cegas para perceber mentalmente as diferentes cores e elencar esses padrões, de modo a constituir um inventário de padrões de identificação de cores e, assim, facilitar o trabalho de audiodescritores e produtores de materiais didáticos.

JUSTIFICATIVA

O mundo dos cegos, apesar do impulso da prática de audiodescrição e do desenvolvimento de diferentes técnicas e recursos de acessibilidade visual, ainda carece de mais estudos para o acesso a cores em produtos visuais como: produtos artísticos, utensílios, materiais informativos e outros tantos, que a audiodescrição não satisfaz completamente a necessidade da pessoa cega.

Considera-se, aqui, que um estudo mais aprofundado e mais substancial sobre como o cego percebe as cores e o que ainda é necessário para que ele tenha uma assimilação mais ampla desse elemento tão importante que, com muita frequência, é fundamental para a compreensão dos objetos nos ambientes, é de grande importância.

A partir do exposto, pode-se afirmar que um inventário de padrões de percepção de cores em pessoas cegas pode contribuir de forma significativa para a otimização dos trabalhos de audiodescritores e produtores de materiais didáticos para cegos.

METODOLOGIA

A pesquisa buscará elementos intrínsecos da vida cotidiana das pessoas cegas, através de:

– Estudos bibliográficos de diferentes fontes e áreas de conhecimento sobre percepção de cores em pessoas cegas.
– Elaboração de uma rede internacional de colaboração entre pesquisadores, docentes, pessoas cegas, familiares de pessoas cegas, etc. para coleta de informações e dados.
– Coleta de dados sobre aplicações pedagógicas para percepção de cores, no ensino de pessoas cegas.
– Estudo sobre uso de recursos pedagógicos para percepção de cores por pessoas cegas.
– Levantamento de dados através de entrevistas e de técnicas de aplicação de questionários com pessoas cegas e com pessoas envolvidas em trabalhos com cegos.
– Produção de um inventário para a criação de um banco de dados que poderá ser disponibilizado para pesquisadores, estudiosos e outras pessoas com interesse em desenvolver recursos de acessibilidade para cegos.

INDICADORES, METAS E RESULTADOS ESPERADOS

O marco deste trabalho é o entendimento de como a pessoa com cegueira congênita ou adquirida na primeira infância utiliza seu potencial cognitivo para identificar cores.
O que se aspira com esta pesquisa é que, ao se construir e oferecer um inventário com os resultados obtidos dos padrões perceptivos de cores em pessoas cegas, este produto possa ser considerado uma importante fonte de conhecimento para a melhoria dos trabalhos de audiodescritores e produtores de materiais didáticos para cegos.

Indicadores:
– Favorecimento da acessibilidade para pessoas com cegueira congênita ou adquirida na primeira infância.
– Oferta de um banco de dados de livre acesso a pesquisadores, estudiosos e tradutores da área de audiodescrição.
– Ampliação do conhecimento sobre percepção de cores de pessoas cegas por profissionais e pesquisadores da área.
– Fomento à produção de novos recursos de acessibilidade visual.
– Novas informações para produções bibliográficas sobre o tema abordado.
– Continuidade dos estudos e aplicações práticas após término deste projeto.

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2020 – 2022
Consciencia visual: un peldaño más en los estudios de la audiodescripción
Descrição: A proposta desse projeto experimental, fundamentado em teorias das Ciências Cognitivas, na Psicologia da Arte e nos Estudos da tradução é apresentar um tema escasso, se não ausente, em estudos sobre audiodescrição: a inserção de atividades com enfoque no desenvolvimento da percepção visual e da consciência visual em cursos de formação de audiodescritores. A hipótese principal que se pretende corroborar é de que a inserção de atividades com estímulos para percepção visual em cursos de audiodescrição pode contribuir para o desenvolvimento da consciência visual de audiodescritores em formação ou em processo de aperfeiçoamento, que pode resultar na produção de traduções acessíveis (TAs) de melhor qualidade. A escolha de imagens estáticas- fotografias e obras de arte-, teve motivação no fato de serem imagens cuja presença abrange todo tipo de ambiente visual: museus, escolas, redes sociais, mídias, eventos acadêmicos, etc. Sendo assim, a riqueza de materiais de análise de diferentes modalidades e fontes para os treinamentos perceptivos é suficiente para que a seleção de imagens se realize. Para validação da hipótese apresentada, propõe-se oferecer um Curso de Audiodescrição para dois grupos de quinze pessoas, num total de 30 sujeitos da comunidade acadêmica da UFPel – servidores, estudantes e docentes-, assim constituídos: a) um grupo de controle, cujo curso será similar aos cursos correntemente oferecidos em instituições que promovem esse tipo de formação; b) um grupo experimental, que receberá um curso com ênfase no treinamento de percepção visual desde o início do curso. Durante as atividades, as formas de apresentação das atividades, as orientações e objetivos serão idênticos nos dois cursos e os cursistas serão observados em suas manifestações comportamentais em relação às suas demandas para realizar as atividades. A mensuração do resultado será através da análise em escala qualitativa dos trabalhos de ambos os grupos, que deverão ser os mesmos, aplicados nas mesmas condições, com o diferencial já apontado anteriormente para o grupo experimental: a ênfase no treinamento perceptivo visual desde o início do curso. As análises da qualidade dos trabalhos de audiodescrição dos cursistas terão também o parecer de usuários, consultores cegos, imprescindíveis nesse processo. Serão considerados os comportamentos relacionados ao nível de dificuldade dos cursistas e outras impressões manifestadas, durante a realização das tarefas, que serão identificados através das fichas de observação sistemática e de questionários em que os mesmos poderão dar seu depoimento sobre esse aspecto. Todos os sujeitos envolvidos no processo receberão um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual poderão optar em serem ou não participantes da pesquisa, e serão colocados a par das intenções e do caráter de anonimato nos resultados apresentados. O produto final, a partir dos resultados e com a corroboração das hipóteses é uma nova perspectiva didático-metodológica para cursos de formação de audiodescritores, cujo objetivo é o de contribuir para a melhoria da formação de audiodescritores e com a potencialização de melhoria no seu nível de consciência visual, com a consequente melhoria da qualidade das ADs. Palavras-chave: Cognição; Consciência visual; Percepção visual; Audiodescrição.
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
Alunos envolvidos: Graduação: (1)
Integrantes: Marisa Helena Degasperi – Coordenador / Marina Dias dos Santos

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2019 – Atual
Percepção visual e consciência visual na formação de Audiodescritores
Descrição: A pesquisa versa sobre os processos cognitivos durante a percepção de recursos visuais e a possibilidade de treinamento da percepção visual durante a formação de audiodescritores. O enfoque envolve Teorias Cognitivas em Tradução, Teorias Conexionistas e de Estudos da Tradução, especialmente em Audiodescrição. O objetivo é contribuir para o avanço dos estudos cognitivos em audiodescrição e ampliar os conhecimentos na área, introduzindo métodos de análise de imagens, de avaliação de audiodescrições e de ensino de audiodescrição.
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
Alunos envolvidos: Graduação: (2) .

Integrantes: Marisa Helena Degasperi – Coordenador / Marina Dias dos Santos – Integrante / Leandro de Freitas Pereira – Integrante.

2017 – 2018
Utilização dos dêiticos como referência linguística em audiodescrição de imagens estáticas.

Descrição: A produção de imagens mentais em pessoas cegas ou com baixa visão depende da construção linguística adequada nas descrições, para que os usuários tenham uma rápida compreensão, com menor esforço cognitivo possível, para que possa desfrutar dos eventos sem dispersão. Este trabalho descreve a participação dos elementos que apresentam deiticidade, com o objetivo de contribuir para os Estudos da Tradução, no que tange os aspectos linguísticos em audiodescrição, através de análise de 100 (cem) textos de audiodescrição (doravante AD) em língua portuguesa, disponibilizadas nas redes sociais brasileiras, para verificar frequência, preferências e tendências no uso de indicadores dêiticos de localização. A pesquisa se apoiou nos campos da Pragmática, da Psicolinguística Cognitiva Aplicada à Audiodescrição, na Linguística Funcional Centrada no Uso, também chamada Linguística Cognitivo Funcional e na Linguística de Corpus, como suporte para a metodologia aplicada, porque através delas foi possível selecionar os dados e proceder à análise de maneira adequada e com coerência metodológica. Para o levantamento de dados do corpus linguístico foi utilizada a ferramenta de mineração de dados, o Programa AntConc, que possibilitou a pesquisa lexical por palavras e por grupos de palavras. O programa também forneceu os ambientes linguísticos onde esses elementos lexicais se situam nos roteiros
audiodescritivos analisados. Por seus atributos essenciais, as preposições, principalmente as contrações de preposição+artigo foram os elementos mais utilizados nos textos audiodescritivos, porque participam de agrupamentos sintáticos com valor dêitico,
principalmente locuções adverbiais. Por esse motivo, pode-se considerar essa a categoria gramatical com maior grau de deiticidade, de potencialidade de efetividade e com maior prevalência em audiodescrições. Este foi um projeto de pesquisa que produziu os elementos necessários para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Audiodescrição, pela Universidade Estadual do Ceará, patrocinado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Situação: Concluído; Natureza: Pesquisa.

Integrantes: Marisa Helena Degasperi – Coordenador / Soraya Ferreira Alves – Orientadora.

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2016 – 2017
Representações mentais e descrição de elementos abstratos para pessoas com deficiência visual (PDV)
Descrição: A proposta deste trabalho foi o de fornecer subsídios ao trabalho do audiodescritor, no que corresponde às transferências de elementos abstratos, que por sua essência, são constatadamente mais complexos, através de estudos fundamentados na Psicologia Cognitiva (Piaget, 1923-1971; Vygotsky, 1991; Eysenck e Keane, 1994); na Psicolinguística de base conexionista (Poersch, 1989-2007; Cielo, 2002; Izquierdo, 1999-2006; Cuetos, 2012); e na Linguística (Jakobson 2007; Sperber e Wilson, 2010) sobre o desenvolvimento cognitivo humano, considerando o pensamento e a linguagem como eixos centrais da investigação.
Situação: Concluído; Natureza: Pesquisa.
Alunos envolvidos: Graduação: (3) / Doutorado: (1) .

Integrantes: Marisa Helena Degasperi – Coordenador / Sanmi Guimarães de Souza – Integrante / Byatriz de Oliveira Gonzáles – Integrante / Luis Felipe Freitas Becker – Integrante.

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