Por Isabella Barcellos/Superávit Caseiro

Fazer as compras do mês é uma tarefa desafiadora à primeira vista: chegar ao mercado e se deparar com preços exorbitantes, lançamentos de marcas já prestigiadas, guloseimas dispostas ao alcance das crianças, filas enormes… todas as condições são propícias à impaciência, indecisão e, por consequência, ao exagero. E ainda que banal, uma atividade tão simples quanto ir às compras deixa claro o quão pouco sabemos sobre boas práticas de economia doméstica.

“Faltam conhecimentos de base e incentivo para que as pessoas entendam o quanto a economia doméstica afeta de fato o dia a dia delas”, explica Oscar Frank Junior, economista chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Porto Alegre, que também atua como palestrante e professor. “Com acesso ao conhecimento, mínimo que seja, pode-se obter resultados muito bons a partir de decisões futuras”, complementa . “Saber discernir diferentes tipos de crédito, de recursos, quais os gastos fixos e variáveis é fundamental para fazer boas escolhas e planejar o futuro”, explica.

5 Dicas práticas para ir às compras:

  1. Mais autoconhecimento, menos culpa:

O que você realmente consome e gosta? Quais pratos você tem tempo hábil de preparar no dia a dia? 

Todos esses fatores impactam diretamente na qualidade da sua alimentação. Comprar apenas no que os outros dizem ser bom e prático sem avaliar suas necessidades pode resultar em desperdício e gastos exagerados. “Através do autoconhecimento, podemos discernir o que é um impulso e o que é um gasto que impacta diretamente no bem estar e qualidade de vida de cada um”, aponta Oscar Junior.

  1. Faça uma lista antes de ir ao supermercado:

Depois de definir o que é prioridade para a sua alimentação, é necessário pontuar com a ajuda de um bloco de notas (seja ele digital ou de papel) para guiar sua ida ao mercado. Lembre-se sempre: produtos perecíveis devem ser comprados em menor quantidade para evitar o desperdício.

  1. Direto ao ponto:

Passear pelo supermercado sem rumo é a oportunidade perfeita de comprar algo supérfluo. Com sua lista em mãos, siga os tópicos de maneira ágil. “Saber o que comprar e seguir a lista de compras à risca é a melhor maneira de não cair na tentação de outros estímulos”, pontua o economista. 

  1. Abuse dos programas de fidelidade:

Os programas de fidelidade costumam ser excelentes aliados para conseguir bons descontos. Em compras maiores, priorize comprar nos estabelecimentos em que você tenha cadastro. 

  1. Divisão de tarefas = Satisfação garantida:

O preparo das refeições é uma tarefa cansativa e de extrema importância. Quando os afazeres domésticos são divididos com equidade, todos saem ganhando. Além disso, é essencial que o preparo das refeições seja realizado de maneira eficiente e logística. Se a “pessoa cozinheira” da sua casa está sobrecarregada, pedir delivery e utilizar ultraprocessados em excesso será uma tentação eminente.

 Ao monitorar com atenção seu processo de ir às compras, é possível perceber padrões e aos poucos perceber como o autoconhecimento e o planejamento financeiro proporcionam autonomia. Além disso, é necessário pensar em uma logística que facilite o cotidiano de quem paga a conta, seja você uma família unipessoal ou parte de uma comunidade. “Não existe um receituário pré-definido como correto quando se trata de orçamento doméstico. Existem meses onde os gastos são maiores ou menores, ainda que estejamos falando de uma necessidade básica ” explica Oscar. “O que precisa ser priorizado é gastar com equilíbrio diversas áreas da vida e garantir que sobre algum dinheiro no final de cada mês”, finaliza.

Outras fontes consultadas: Blog Serasa, Blog Neon e o livro O” Feminismo é para todo mundo”, de Bell Hooks.