Por Kaique Cangirana/Superávit Caseiro

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou que 77,9% dos brasileiros possuem algum tipo de dívida. Conforme informações da Serasa, 69,43 milhões de pessoas iniciaram o ano com o nome restrito. Dados que motivam a ação de empresas na solução das dívidas de seus clientes.

Com o alto endividamento, muitas pessoas buscam a estabilidade financeira, enquanto empresas apostam em agências de cobrança para regularização de dívidas. A negociação passou a ser uma forma convencional de comprimir e superar as dívidas. A Caixa Econômica Federal (CEF), por exemplo, lançou a campanha “Tudo em Dia Caixa”, que permite a negociação de dívidas com o desconto de até 90% dos 4,7 milhões de clientes entre pessoas físicas e jurídicas. Neste caso, o banco exige uma entrada mínima de 10% com o parcelamento do restante em até 96 vezes.

Mesmo com a negociação proposta por empresas, a prevenção das dívidas ainda é a prioridade de muitos dos consumidores brasileiros. Adriano de Jesus, investidor e estudante de Contabilidade, compreende que é preciso ter iniciativa e mentalidade para desenvolver bons hábitos econômicos. “Ter um orçamento e se manter nele é a melhor maneira de ficar longe das dívidas. Você precisa calcular o seu custo de vida mensal e priorizar o gasto com necessidades básicas, sem luxo. Transporte, alimentação e contas como a de água, luz e internet se consolidam como itens e serviços essenciais em nossas vidas, tudo isso deve demonstrar as suas limitações financeiras. Quando necessário, utilizar o cartão de crédito, mas com inteligência”, destaca. Ele acrescenta que hoje temos uma grande variedade de contas digitais que possibilitam algum rendimento, mesmo que mínimo, do dinheiro que está depositado. Ou seja, um dos passos a ser dado após se livrar das dívidas pode ser o início de uma vida financeira mais próspera com a criação de uma reserva financeira e dos primeiros passos nos investimentos. “Isso possibilita o crescimento do dinheiro que não está compromissado as parcelas, boletos e outras demandas. Também é interessante que as pessoas tenham uma segunda fonte de renda, mesmo que essa seja mínima. A diversidade de fontes garante uma melhor qualidade de vida e segurança financeira, como exemplo, muitas pessoas vem fazendo investimentos e mantendo suas reservas de emergência nestes”, explica.  

O investidor chama a atenção, no entanto, de que o processo não deve representar u sacrifício total do poupador. “É claro que nenhuma pessoa que se prese a economizar pode se contentar apenas com a disciplina da administração de seu dinheiro, é preciso se divertir em entretenimentos responsáveis. Separe uma parte de sua renda a diversão e seja um fiscal consciente do seu dinheiro e potenciais gastos. Em suma, é importante ter um “Mindset” de prosperidade financeira, onde hábitos financeiramente saudáveis são base para o progresso econômico”.

Entre parcelamentos extensos, juros e restrições, a regularização e prevenção às dívidas seguem sendo opções viáveis e prudentes para os brasileiros que buscam a estabilidade financeira.