Por Eduardo Ritter/Superávit Caseiro

O Comitê de Política Monetária do Banco Central manteve, após reunião realizada na tarde de quarta-feira, 21, a taxa básica de juros, Selic, em 13,75%. O anúncio frustrou tanto empresários quanto consumidores, que aguardam há um bom tempo uma queda na taxa que serve para balizar os juros cobrados no mercado. Com a Selic alta, compras a prazo e empréstimos acabam tendo prestações maiores, por exemplo.

Na quarta-feira, antes da reunião do Copom, um grupo de 51 empresários integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República divulgou uma carta cobrando a redução da taxa básica de juros, que está em 13,75% desde setembro de 2022. “É hora de baixar os juros para retomar a atividade econômica, gerar emprego e renda. É urgente uma política monetária adequada”, diz o documento, afinal, uma taxa de juros alta tende a reduzir o consumo, controlando a inflação e estagnando a economia. O Conselho conta com nomes Josué Gomes, presidente da Fiesp, e Luiza Heleno Trajano, empresária do Magazine Luiza. A reclamação acontece justamente pelo controle da inflação que,  teoricamente, levaria a uma redução na taxa de juros, o que não aconteceu.  

Taxa Selic após as últimas 10 reuniões do Copom. Fonte: Banco Central

A decisão do Copom também aumenta a crise entre Banco Central e o governo federal. Após o anúncio da manutenção da taxa em 13,75%, tanto a equipe econômica quanto aliados se juntaram ao coro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o compromisso doo presidente do BC, Campos Neto, é muito mais com o ex-presidente Jair Bolsonaro do que com o povo brasileiro. A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), sigla do presidente, postou nas redes sociais um desabafo: “Está na hora do Senado agir, com os poderes que a lei confere, para cobrar Campos Neto e a diretoria bolsonarista do Banco Central. Sabotam a economia e atuam propositalmente contra o país. Não há mais como tolerar esta situação. O certo é a saída desse pessoal”. A próxima reunião do Copom está programada para os dias 1° e 2 de agosto.