Em 2019, fui contemplada com uma bolsa de doutorado sanduíche na Holanda, na Radboud University em Nijmegen. O objetivo da minha viagem foi de conduzir parte dos estudos da minha tese de doutorado na universidade holandesa dentro de um acordo de doutorado co-tutela.
Eu sempre quis vivenciar algum tipo de experiência internacional durante o doutorado, pois acreditava que seria enriquecedor para meu currículo e também para conhecer culturas e contextos diferentes dos quais estamos habituados. A escolha da Holanda e da Radboud University se deu graças a parceria já existente entre a UFPel e essa instituição. Durante meu primeiro ano de doutorado, meu orientador, professor Rafael Moraes me propôs uma ideia de projeto de pesquisa em parceria com essa universidade holandesa. Gostei muito da ideia e topei o desafio. Minhas expectativas antes de ir para o exterior, eram de poder conduzir experimentos laboratoriais e também trabalhar com dados clínicos de desgaste dentário severo que eles possuíam lá. Também tinha a expectativa de exercitar meu inglês e aproveitar as oportunidades e novidades que surgissem. Nesse sentido, acredito que o período do doutorado sanduíche superou minhas expectativas. Eu consegui concluir os estudos da minha tese, realizei vários cursos com turmas de doutorandos internacionais de diversas áreas e fiz minhas primeiras apresentações orais em inglês. Sendo assim, avalio minha experiência como excelente.
Ao nível acadêmico, o maior resultado é ter concluído minha tese composta por 4 artigos submetidos para periódicos internacionais, um desses artigos já aceito em uma revista qualis A1. Minha defesa de tese está programada para ocorrer na Holanda em agosto de 2021, como parte do acordo de co-tutela, conferindo dupla titulação — brasileira e holandesa. Acredito que minha experiência no exterior possa contribuir para o crescimento do PPGO e internacionalização da UFPel pelos artigos produzidos durante esse processo e esse resultado positivo certamente pode contribuir para manter as portas abertas para novas parcerias no futuro, através de novos intercâmbios entre as instituições.
No âmbito pessoal, o que mais gostei foi de conhecer uma cultura tão diferente da nossa, as diferentes paisagens e eu pude até ver neve pela primeira vez. As pessoas que conheci e aprendizados durante o período, tudo isso foi muito gratificante. Claro que também existem adversidades e a maior adversidade que passei foi durante o início da pandemia, com o lockdown. Ter que me adaptar a realidade de ficar somente em casa, sem ter contato presencial com outras pessoas em um país estrangeiro enquanto produzia uma tese de doutorado foi certamente desafiador.
Refletindo sobre esse período, posso dizer que foi muito engrandecedor para meu desenvolvimento pessoal. Exige coragem encarar um período fora da sua zona de conforto em tantos sentidos, mas, perceber que você pode desenvolver um novo “lar” mesmo estando tão longe de casa é libertador e foi isso que essa experiência trouxe para mim.
O recurso financeiro disponibilizado pelo CAPES PrInt foi essencial para a realização dessa experiência, já que esse recurso possibilitou a aquisição das passagens aéreas, seguro de saúde, auxílio instalação e gastos mensais.