Início do conteúdo
Ingresso 2016/1

Jéssica Avila de Abreu

  • Orientadora: Drª. Ana Paula Schneid Afonso da Rosa
  • Co-orientadora: Drª. Simone Martins Mendes
  • Projeto de Pesquisa: Desempenho biológico de noctuídeos em cultivos de inverno no ambiente de terras baixas do Sul do Rio Grande do Sul.
  • Resumo: Os sistemas de rotação de culturas contribuem para maior sustentabilidade dos sistemas produtivos. Esse sistema de produção apesar de lucrativo, muitas vezes tem gerado como consequência o aumento na ocorrência de insetos-praga. As plantas utilizadas em cobertura ou em rotação, podem se tornar hospedeiras alternativas para insetos-praga de cultivos de verão, originando o fenômeno conhecido como “ponte verde”. A sucessão de culturas e o plantio escalonado de diversas culturas prolongam o tempo de sobrevivência desses insetos, aumentando o número de gerações neste tipo de agroecossistema. Devido a esses fatores, o objetivo do trabalho foi estudar o desempenho biológico de Anticarsia gemmatalis (Hübner, 1818), Helicoverpa armigera (Hübner, 1805) e Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) em cultivos de inverno. Para a realização do experimento foram usadas folhas dos cultivos de azevém (Lolium multiflorum cv. BRS Ponteio), aveia preta (Avena strigosa Schreb. cv. Embrapa 139) e cornichão (Lotus corniculatus cv. BRS Posteiro), principais espécies de cobertura e rotação no Sul do Brasil. Os parâmetros biológicos avaliados foram, duração e sobrevivência do período larval, viabilidade larval e pupal, peso de lagartas e pupas. As lagartas de A. gemmatalis alimentadas com azevém, aveia preta não ultrapassaram a fase larval, em cornichão o período foi de 14,5 dias, com 58,5% de viabilidade larval e 19,0% de viabilidade pupal, porém os adultos apresentaram deformações nas asas. O desenvolvimento de H. armigera, foi afetado por azevém e aveia preta, ocorrendo 100% de mortalidade larval. No cornichão os insetos ultrapassaram a fase larval, porém, houve mortalidade de 100% dos adultos após a emergência. Para S. frugiperda as lagartas de ambas populações 1 e 2, submetidas a duas temperaturas distintas de 18 e 25°C, alimentadas com azevém e aveia preta, prolongaram o período larval, porém as lagartas não ultrapassaram o período larval. Houve prolongamento larval em lagartas alimentadas com cornichão, além de baixa viabilidade larval a 25°C, na população 2. A análise histológica do mesêntero de S. frugiperda nas duas populações [população 1 (população do laboratório) e população 2 (população proveniente do campo)], evidenciou alterações morfológicas causadas por azevém, aveia preta e cornichão. Os resultados obtidos demonstram que azevém, aveia preta e cornichão, afetam o desenvolvimento de A. gemmatalis, H. armigera e S. frugiperda. Sendo assim, podem ser utilizadas como culturas chave na sucessão e rotação de culturas no Sul do país, no agroecossistema de terras baixas, dentro do sistema de Integração Lavoura Pecuária (ILP), para auxiliar na redução da formação de “ponte verde”.
  • Palavras-chave: forrageiras; plantas de cobertura; histologia.
  • Download (PDF)

Karina Jobim Pinto

  • Orientador: Dr. Dori Edson Nava
  • Co-orientador: Dr. Rafael da Silva Gonçalves
  • Projeto de Pesquisa: Estratégias reprodutivas de Doryctobracon areolatus (Szépligeti, 1911) (Hymenoptera: Braconidae) relacionadas à cópula e ao parasitismo.
  • Resumo: Doryctobracon areolatus (Szépligeti, 1911) (Hymenoptera: Braconidae) é um endoparasitoide cenobionte, nativo da região Neotropical e possui como hospedeiro preferencial, larvas de segundo instar do gênero Anastrepha, onde sua eficiência de parasitismo pode chegar a 80% em condições naturais. Nos últimos anos estudos referentes à biologia e multiplicação foram realizados, no entanto, ainda não existem pesquisas relacionadas a sua biologia reprodutiva. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi conhecer a biologia e o comportamento reprodutivo relacionado à cópula e oviposição de D. areolatus, utilizando-se como hospedeiro larvas de A. fraterculus. As criações de manutenção dos insetos e a realização dos experimentos foram conduzidos no Laboratório de Entomologia da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, Rio Grande do Sul, sob condições controladas de temperatura (25±2 oC), umidade relativa do ar (70±10 %) e fotofase (12 horas). Foram realizados experimentos para verificar a sequência de emergência entre machos e fêmeas, verificando a possível ocorrência de protandria em D. areolatus. Foram realizados experimentos para verificar a influência da idade dos insetos na reprodução, assim como a importância da cópula para a geração de descendentes, tempo de duração da cópula, verificação de ocorrência de poligamia e monogamia na espécie, além da observação da frequência de cópula ocorrida durante 24h. Foi comprovada a ocorrência de protandria em D. areolatus, sendo a razão sexual de 0, 0,06, 0,62, 0,87, 0,98, 1,0, e 1,0 para o 10, 20, 30, 40, 50, 60 e 70 dias de emergência, respectivamente, totalizando uma razão sexual de 0,61. Casais em que as fêmeas são mais jovens, originam uma maior quantidade de fêmeas, tendo, portanto, uma maior razão sexual. Fêmeas virgens só geram descendentes machos, por partenogênese arrenótoca, diferentemente do que ocorre com as fêmeas acasaladas, onde geram machos e fêmeas, sendo a média de 30,4 para fêmeas fecundadas e 14 para fêmeas virgens, denotando média muito maior do que as fêmeas que não acasalaram, sendo a razão sexual 0,63 para as fêmeas fecundadas. Dentre as observações para a determinação de ocorrência de poligamia e monogamia observou-se que 40% do total dos machos acasalaram mais de uma vez, enquanto as fêmeas acasalaram uma única vez. No entanto, de acordo com experimento que verificou a frequência de cópula durante 24h, observou-se que mesmo as fêmeas sendo monogâmicas, ocorrem múltiplas cópulas. O tempo de duração da 1ª cópula não diferiu significativamente da segunda, embora exista uma redução de 6,53 seg. D. areolatus possui as atividades reprodutivas durante o período da fotofase, sendo considerada uma espécie diurna. Comparando a frequência de cópula e recópula entre os casais, considerando a influência da alimentação para o macho, observa-se que dentre os machos alimentados somente na hora do pareamento, 60% não copularam durante o período de 24h de observação. Dentre os machos alimentados previamente, ocorreram 57 tentativas de cópula, enquanto nos machos alimentados durante o experimento ocorreram 24 tentativas de cópula em um período de 24h de observação. Desta forma, os resultados deste trabalho contribuem para ampliar o conhecimento básico sobre a biologia reprodutiva de D. areolatus, visto que conhecer as estratégias reprodutivas é importante para o estabelecimento de um programa de controle biológico.
  • Palavras-chave: protandria; controle biológico; comportamento reprodutivo; parasitoides de mosca-das-frutas
  • Download (PDF)

Sandra Mara Chaneiko

  • Orientador: Prof. Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Co-orientadora: Drª. Andressa Lima de Brida
  • Projeto de Pesquisa: Bases para manejo de Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) utilizando nematoides e fungos entomopatogênicos
  • Resumo: Anastrepha fraterculus (Wied., 1830) é uma ameaça a fruticultura de todo o mundo, e o uso de agentes biológicos se mostra muito promissor no controle do inseto. Dessa forma o presente trabalho teve como objetivo avaliar se nematoides entomopatogênicos (NEPs) podem interferir no ciclo biológico de A. fraterculus e verificar a patogenicidade de Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae a larvas e pupas do inseto e os efeitos na longevidade de adultos. O experimento com NEPs utilizou os isolados Steinernema carpocapsae (Weiser) IBCBn 02, Heterorhabditis amazonensis (Andaló) IBCBn 24 e Steinernema feltiae (Filipjev) IBCBn 47 nas concentrações 500, 1000 e 1500 JIs/mL e testemunha (1mL de água destilada). Tratamentos com fungos, consistiram em isolados comerciais de B. bassiana (BOVERIL® WP PL63) e M. anisopliae (METARRIL® WP E9) nas concentrações de 5,00×106; 7,50×106; 10,00×106 e 12,50×106 conídios/mL e testemunha (1 mL de água destilada). As avaliações de ambos experimentos ocorreram diariamente, confirmando a causa da mortalidade por dissecação (NEPs) ou incubação (fungos) de insetos mortos. S. feltiae IBCBn 47 provocou mortalidade de 80,0% em pupas e 15,0% em adultos (1500 JIs/mL), e também apresentou a maior taxa de multiplicação, com 24,01 JIs em pupas e de 6,45 JIs em adultos (500 JIs/mL). As menores concentrações letais de JIs foram obtidas em pupas, com S. carpocapsae IBCBn 02 (CL50) e Steinernema feltiae IBCBn 47 (CL90) com 427,2 Jis/mL e 1551,4 Jis/mL respectivamente. Isolados fúngicos foram mais patogênicos a fase pupal do inseto com mortalidade de 93,3% com B. bassiana e 96,7% com M. anisopliae (ambos em 12,50×106 conídios/mL), e menores valores de CL50 e CL90 a aplicações em larvas, com 22,56 e 40,87 gr/L em B. bassiana, e de 23,45 e 42,02 gr/L em M. anisopliae respectivamente. Insetos adultos infectados com fungos ou nematoides atingiram a emergência, e morreram aos primeiros dias de vida, impedindo assim danos futuros.
  • Palavras-chave: entomopatogênicos; nematoides; fungos; controle biológico; moscas-das-frutas.
  • Download (PDF)